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Ex-diretor do FMI será julgado por contratar favores sexuais

Dominique Strauss-Kahn será julgado a partir da segunda-feira por contratar favores sexuais, o que pode resultar em uma pena de 10 anos de prisão

O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, que viu sua carreira arruinada por um escândalo sexual  (Kenzo Tribouillard/AFP)

O ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Kahn, que viu sua carreira arruinada por um escândalo sexual (Kenzo Tribouillard/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2015 às 18h27.

Lille - O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn, que viu sua carreira arruinada por um escândalo sexual em Nova York, será julgado a partir de segunda-feira por proxenetismo, uma acusação que pode resultar em pena de 10 anos de prisão.

O ex-político francês comparecerá na segunda-feira a um tribunal de Lille (norte da França) para responder pela acusação de proxenetismo com agravante.

Durante muito tempo apontado como o favorito para a eleição presidencial francesa de 2012, DSK, como é chamado na França, será julgado ao lado de 13 pessoas no que ficou conhecido como caso do hotel Carlton, situado na cidade francesa.

O processo deve demorar três semanas.

Strauss-Kahn se tornou um um dos personagens centrais no caso de proxenetismo iniciado em hotéis de luxo de Lille.

Depois do escândalo no hotel Sofitel em Nova York e quase três anos depois de seu indiciamento pelos juízes de Lille, o ex-diretor do FMI deverá enfrentar novamente a exposição em público de seus hábitos sexuais, o que custou sua carreira política.

A promotoria pediu a liberação de DSK, mas os juízes de Lille consideraram que não era possível ignorar a condição de prostitutas das mulheres que compareciam às festas frequentadas pelo acusados.

Os juízes o acusam ainda de ter sido o "eixo" e o "rei da festa" nestas ocasiões, segundo uma fonte judicial.

Uma das prostitutas interrogadas pelas autoridades afirmou que DSK não poderia ignorar a atividade das mulheres que participavam nas festas.

Os advogados de Strauss-Kahn denunciaram uma "perseguição" dos juízes e afirmaram que os magistrados "não se basearam em uma análise jurídica dos fatos, e sim em uma motivação ideológica, política, moral".

A linha de defesa não mudou desde o início: DSK era adepto da libertinagem, não das prostitutas.

Durante a instrução do caso, algumas testemunhas, no entanto, citaram sessões "puro consumo sexual".

Viagens a Washington

O caso começou em 2011. A polícia judicial de Lille investigava na época as pessoas que frequentavam o hotel Carlton e o hotel Tours, aos quais René Kojfer, profissional de Relações Públicas, levava prostitutas para alguns clientes.

A vigilância policial descobriu nomes aos poucos, incluindo o de Dominique Strauss-Kahn. Detido para interrogatório, Kojfer foi o primeiro indiciado, em 7 de outubro de 2011.

A partir de Kojfer, a polícia descobriu uma rede de notáveis suspeitos: Emmanuel Riglaire, advogado de Lille, David Roquet, ex-presidente de uma filial da empresa de obras públicas Eiffage, e Fabrice Paszkowski, empresário da área médica.

Os dois últimos integravam um círculo libertino. Depois foram indiciados o policial Jean-Christophe Lagarde, diretor de segurança departamental, e Dominique Strauss-Kahn.

Fabrice Paszkowski era aparentemente o principal contato de DSK quando este comparecia às festas na região de Lille. A instrução do processo revelou que trocaram milhares de mensagens por telefone.

Paszkowski conheceu DSK em 2006. Ao lado de Roquet e Lagarde, participou em três viagens a Washington para participar em festas libertinas.

Outra figura do processo, Dominique Alderweireld, foi um dos últimos indiciados. Cafetão na Bélgica, onde a atividade é "tolerada", é suspeito de ter fornecido prostitutas de seus estabelecimentos.

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