Mundo

Ex-diretor da CIA afirma que Trump trabalhou com Rússia para eleições

Procurador Robert Mueller está investigando interferência russa nas eleições de 2016 e possível conluio entre Moscou e equipe de campanha do presidente

Donald Trump: presidente retirou a sua autorização de acesso a informação sigilosa do ex-diretor da CIA (Andrew Harrer/Bloomberg)

Donald Trump: presidente retirou a sua autorização de acesso a informação sigilosa do ex-diretor da CIA (Andrew Harrer/Bloomberg)

A

AFP

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 18h17.

O ex-diretor da CIA John Brennan afirmou que o presidente americano, Donald Trump, retirou a sua autorização de acesso a informação sigilosa para assustar os críticos e bloquear uma investigação sobre os seus vínculos com a Rússia.

Em uma coluna publicada nesta quinta-feira (16) no jornal New York Times, Brennan disse que a decisão, anunciada na véspera pela Casa Branca, era de tom político.

"Claramente, o senhor Trump está desesperado para se proteger e os outros próximos a ele", declarou Brennan, vendo a ação como "uma tentativa de silenciar, pelo medo, outros que se atrevam a desafiá-lo".

O ex-funcionário de alto escalão, que até janeiro de 2017 era o guardião dos segredos americanos, varreu as garantias asseguradas por Trump de que sua equipe de campanha não trabalhou com a Rússia para vencer as presidenciais de 2016.

"O senhor Trump afirmar que não houve conluio é, por assim dizer, uma besteira", declarou.

"As únicas perguntas que restam são se o conluio que aconteceu foi uma conspiração que provavelmente constituiria um crime, se houve obstrução da Justiça para acobertar tal conluio ou conspiração, e quantos membros da SARL Trump (equipe de campanha) tentaram fraudar o governo lavando dinheiro e escondendo os movimentos financeiros em seus bolsos", acrescentou.

As palavras de Brennan são de uma ira sem precedentes, apesar de muitos funcionários terem criticado Trump desde que chegou ao poder.

E chegaram depois de uma medida altamente incomum, que Trump justificou pela conduta de Brennan ter se tornado "vacilante".

Esse benefício agora revogado é historicamente outorgado a funcionários de alto escalão para terem acesso a informação delicada e confidencial, inclusive após deixarem o cargo.

A Casa Branca adiantou na quarta-feira que outros oito ex-funcionários da Era Obama poderiam perder a autorização de segurança, incluindo James Clapper, ex-diretor de Inteligência nacional, Michael Hayden, que também foi diretor de Inteligência nacional, e o ex-diretor do FBI James Comey.

O procurador especial Robert Mueller está investigando a interferência russa nas eleições de 2016 e um possível conluio entre Moscou e a equipe de campanha de Donald Trump, um tema que tem sido permanentemente discutido no ambiente político e midiático dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:CIADonald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)Rússia

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar