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Ex-chefe de segurança da China não está sob investigação

Zhou Yongkang está colaborando com as autoridades em uma investigação sobre corrupção e não é alvo de suspeitas, disseram fontes


	Xi Jinping: presidente, no cargo desde março, tem prometido uma guerra sem trégua contra a corrupção, mas talvez não tenha poder para enfrentar Zhou
 (David Moir/Reuters)

Xi Jinping: presidente, no cargo desde março, tem prometido uma guerra sem trégua contra a corrupção, mas talvez não tenha poder para enfrentar Zhou (David Moir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2013 às 10h52.

Pequim - Zhou Yongkang, ex-chefe de segurança nacional do governo chinês e um dos mais influentes políticos do país na última década, está colaborando com as autoridades em uma investigação sobre corrupção, e, ao contrário o que noticiou parte da imprensa, não é alvo de suspeitas, disseram fontes à Reuters.

A investigação pode levar semanas ou até meses. As fontes, ligadas à liderança chinesa e bem informadas sobre o caso, disseram que Zhou, mesmo que seja implicado, dificilmente terá o mesmo destino do ex-dirigente Bo Xilai, julgado por corrupção e abuso de poder no mais relevante julgamento de um político na China em quase quatro décadas.

A investigação com a qual Zhou colabora já revirou estatais petrolíferas chinesas, e vários executivos estão sob suspeita.

O presidente Xi Jinping, no cargo desde março, tem prometido uma guerra sem trégua contra a corrupção, mas talvez não tenha poder para enfrentar Zhou, que continua exercendo grande influência por meio de protegidos seus promovidos a funções relevantes.

Qualquer ação contra Zhou só poderá ser considerada depois de uma reunião dos 200 membros do Comitê Central do Partido Comunista, em novembro, segundo as fontes. Xi precisaria receber apoio incondicional na reunião, onde deve apresentar reformas abrangentes com o objetivo de reequilibrar a economia.


"Zhou não está ‘shuang gui'", disse uma fonte à Reuters, referindo-se a uma forma de investigação interna em que um suspeito é pressionado a fazer uma confissão com data e local definidos previamente.

"Ele foi meramente chamado a auxiliar a investigação de corrupção", acrescentou a fonte.

As três fontes ouvidas pela Reuters se recusaram a dar detalhes quando perguntados se a investigação envolve parentes de Zhou ou aliados dele na petrolífera China National Petroleum Corp., que ele presidiu na década de 1990.

"Ao contrário de Bo, Zhou dificilmente será preso ou levado a julgamento", mesmo que seja implicado na investigação, disse uma das fontes.

O jornal South China Morning Post, de Hong Kong, disse na semana passada que Zhou estava sob investigação. Antes, o site de notícias norte-americano Douwei, que trata de assuntos chineses, havia divulgado a mesma notícia, mas a retirou do ar posteriormente, por razões desconhecidas.

Zhou não foi localizado para comentar, e ninguém no órgão partidário de combate a corrupção atendeu a telefonemas.

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