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Ex-chefe de campanha de Trump volta aos tribunais nesta quarta-feira

Paul Manafort irá ao tribunal federal para ouvir a sentença por duas acusações de conspiração nas quais se declarou culpado

EUA: o caso Manafort é o principal resultado da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016 (Yuri Gripas/Reuters)

EUA: o caso Manafort é o principal resultado da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016 (Yuri Gripas/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2019 às 11h32.

Paul Manafort, ex-chefe de campanha do presidente Donald Trump volta aos tribunais nesta quarta-feira para conhecer se enfrentará novas penas de prisão após ser condenado a 47 meses na semana passada por fraude fiscal e bancária.

Manafort, que fará 70 anos em 1º de abril, comparecerá ante um tribunal federal de Washington para ouvir a sentença da juíza Amy Berman Jackson por duas acusações de conspiração nas quais se declarou culpado.

O consultor político republicano enfrenta até cinco anos de prisão para cada uma das acusações.

Jackson poderá pedir que a eventual condenação seja cumprida ao mesmo tempo que a sentença já imposta ou acrescida a ela.

O caso Manafort é o principal resultado da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre a interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016.

Pena inferior

Manafort foi sentenciado no último dia 7 por um tribunal da Virgínia a 47 meses de prisão, uma pena claramente inferior à recomendada pelo departamento de Justiça, que tinha pedido de 19 a 24 anos para ele.

Em agosto do ano passado, já tinha sido condenado por um júri da Virgínia em um processo que correu em Alexandria, cidade deste estado do leste americano.

Dono de gostos extravagantes que foram revelados no julgamento - ele gastou US$ 15 mil por uma jaqueta de couro de avestruz - desde a sua prisão perdeu um pouco de seu esplendor.

Em uma das audiências, ele apareceu em uma cadeira de rodas vestindo macacão de presidiário. Seus advogados explicaram que ele sofre de gota e que está atormentado por "remorso", então eles pediram clemência no processo.

Em uma dura mensagem dura, o gabinete do procurador Mueller enfatizou a seriedade dos crimes cometidos por Manafort e o fato de que ele repetida e deliberadamente, violou a lei, e pediu uma sentença exemplar para o réu.

Durante a investigação sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016, Mueller se interessou pelo papel de Manafort, que liderou a campanha Trump por dois meses, e também tinha ligações com ucranianos ligados a Moscou.

O ex-chefe do FBI descobriu provas de fraudes financeiras anteriores a 2016, entre elas a omissão de mais de 55 milhões de dólares distribuídos em mais de trinta contas no exterior à Receita.

Mueller também que demostrou que Manafort escondeu suas atividades de consultoria para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukóvich, apoiado por Moscou, o que constitui uma infração às legislações sobre grupos de pressão.

Manafort aceitou declarar-se culpado e cooperar com Mueller na esperança de obter uma redução de pena, mas, segundo a justiça, ele não cumpriu com o prometido e continuou mentindo aos investigadores, em especial sobre seus vínculos com um antigo sócio chamado Konstantin Kilimnik que, segundo os Estados Unidos, é suspeito de estar vinculado aos serviços de inteligência russos.

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