Manafort se declarou inocente nesta sexta-feira, mas a juíza distrital norte-americana Amy Berman Jackson, revogou sua fiança (Jonathan Ernst/Reuters)
Reuters
Publicado em 15 de junho de 2018 às 15h07.
Última atualização em 15 de junho de 2018 às 15h20.
Washington - Uma juíza federal dos Estados Unidos condenou Paul Manafort à prisão, depois de ele ser acusado de adulteração de testemunhas, no mais recente episódio da queda de um homem que comandou a campanha do presidente dos EUA, Donald Trump, em 2016.
Manafort, um operador político de longa data e empresário, tem sido foco da investigação do procurador especial Robert Mueller sobre o papel da Rússia na eleição presidencial de 2016 nos EUA.
Manafort foi indiciado em Washington e na Virgínia por uma série de acusações principalmente financeiras, incluindo conspiração para lavar dinheiro e fraudar os Estados Unidos.
Ele estava em confinamento domiciliar em Alexandria, na Virgínia, e fora obrigado a usar dispositivo de monitoramento eletrônico. Mas na semana passada Mueller fez uma nova acusação, de adulteração de testemunhas.
Manafort se declarou inocente dessa acusação nesta sexta-feira, mas a juíza distrital norte-americana Amy Berman Jackson, em Washington, revogou sua fiança, mandando-o para a cadeia.
"Eu não tenho desejo disso", disse a juíza. "Mas no final, eu não posso fechar os olhos. Você abusou da confiança depositada em você", acrescentou.
Manafort virou-se brevemente para acenar para sua esposa na primeira fila antes de sair por uma porta nos fundos do tribunal, segundo testemunhas da corte.
Mueller, cuja investigação tem ofuscado a Presidência de Trump, está investigando se a campanha do presidente em 2016 colaborou com Moscou e se Trump tentou ilicitamente obstruir a investigação. Trump chamou a investigação de Mueller de uma caça às bruxas e nega ter cometido erros.
Especialistas jurídicos disseram que Mueller quer continuar a pressionar Manafort para se declarar culpado e ajudar os promotores com a investigação.
Manafort presidiu a campanha de Trump por apenas dois meses, antes de renunciar em agosto de 2016, após uma reportagem de que recebeu pagamentos possivelmente ilegais do partido político do ex-presidente pró-russo da Ucrânia.