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Ex-assessor de Trump, John Bolton fala pela 1ª vez desde o impeachment

John Bolton era uma testemunha chave no processo de impeachment, mas sua convocação foi bloqueada pelos senadores republicanos

EUA: Bolton seria testemunha chave do processo de impeachment, mas o Senado barrou a convocação de novas testemunhas

EUA: Bolton seria testemunha chave do processo de impeachment, mas o Senado barrou a convocação de novas testemunhas

DR

Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 06h06.

Última atualização em 17 de fevereiro de 2020 às 06h28.

Donald Trump pode até ter sido absolvido no processo de impeachment no Senado, mas a acusação contra o presidente americano ainda continua chamando a atenção nos Estados Unidos. Nesta segunda-feira, 17, John Bolton, o ex-assessor de Segurança Nacional e um dos conselheiros mais próximos de Trump, deve falar publicamente pela primeira vez desde o fim do processo de impeachment em uma palestra na Universidade Duke, na Carolina do Norte.

Bolton seria uma testemunha chave no processo de impeachment por causa da sua atuação na Casa Branca e da proximidade com o presidente. Mas o Senado americano votou contra a convocação de novas testemunhas, o que acabou fazendo com que ele não fosse ouvido.

Dias antes da absolvição de Trump no Senado, o jornal The New York Times publicou uma reportagem dizendo que John Bolton teria informações que comprovariam que o presidente Donald Trump de fato pressionou a Ucrânia a investigar o filho do pré-candidato à presidência, Joe Biden, em troca de uma ajuda militar dos Estados Unidos – o caso foi o que originou o impeachment, e, se comprovado, seria um crime de abuso de poder.

Bolton está escrevendo um livro sobre assunto, que está previsto para ser publicado em meados de março. O título é The Room Where It Happened: A White House Memoir (“A sala onde tudo aconteceu: uma memória da Casa Branca”, em tradução livre).

Bolton era conselheiro da Casa Branca quando Trump fez a famosa ligação para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, que acabou levando à abertura do processo de impeachment. Segundo a denúncia anônima de um agente do serviço de inteligência do governo americano, Trump teria sugerido ao líder ucraniano que a Casa Branca só liberaria uma ajuda militar, já aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos, se a Ucrânia ajudasse a buscar informações contra Hunter Biden, filho de Joe Biden.

Hunter Biden fez parte do conselho de administração da Burisma, uma empresa ucraniana de exploração de gás natural, entre 2014 e 2019. E Trump buscava informações que pudessem prejudicar o seu adversário político, que é um dos principais pré-candidatos da oposição democrata à presidência nas eleições de novembro.

Um dos mais respeitados diplomatas e conselheiros do Partido Republicano, John Bolton deixou o cargo na Casa Branca no início de setembro, poucas semanas antes de o escândalo estourar.

Bolton se recusou a testemunhar durante o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, que é controlada pelos democratas. Mas, em seguida, deu diversas indicações de que estaria disposto a falar sobre o caso durante o julgamento no Senado, onde os republicanos têm maioria. Entretanto, seu testemunho nunca aconteceu e a sua participação no escândalo da Ucrânia é uma das muitas perguntas que ficaram sem resposta no impeachment de Trump. É possível que uma parte dessas dúvidas comecem a ser esclarecidas na palestra de Bolton hoje.

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