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Evo Morales enfrentará oposição dividida em 4 candidaturas

Tribunal Supremo Eleitoral confirmou na madrugada desta terça-feira que são cinco as forças políticas que estão inscritas para disputar esse pleito


	O presidente da Bolívia, Evo Morales: Tribunal Supremo Eleitoral confirmou que são cinco as forças políticas que estão inscritas para disputar as eleições
 (Stan Honda/AFP)

O presidente da Bolívia, Evo Morales: Tribunal Supremo Eleitoral confirmou que são cinco as forças políticas que estão inscritas para disputar as eleições (Stan Honda/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h37.

La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales, enfrentará uma oposição dividida em quatro candidaturas nas eleições gerais do próximo dia 12 de outubro, quando o governante buscará um terceiro mandato até 2020.

O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) confirmou na madrugada desta terça-feira que finalmente são cinco as forças políticas que estão inscritas para disputar esse pleito, no qual também serão eleitos vice-presidente e os membros do próximo Congresso.

O governista Movimento ao Socialismo (MAS) inscreveu Morales e o vice-presidente Álvaro García Linera, que governam a Bolívia desde janeiro de 2006 e buscam prolongar seu mandato até 2020 com a nova postulação avalizada pelo Tribunal Constitucional.

Antes de viajar hoje à cidade de Fortaleza para participar como convidado da sexta Cúpula dos Brics - formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul -, Morales se referiu aos candidatos opositores como 'vendidos' e 'separatistas'.

"A democracia é tão generosa, até separatistas, até os que vendem a pátria são candidatos. É um direito, aceitamos e respeitamos. O povo decidirá com seu voto sobre as cinco candidaturas que se apresentam nestas eleições", declarou Morales.

O atual presidente tacha habitualmente de "vendidos" os políticos que aplicaram e defenderam as privatizações de empresas estatais em governos anteriores, e de "separatistas" os que, segundo sua opinião, defendem a secessão da região de Santa Cruz, em uma trama ainda investigada em um julgamento sem resultados desde 2009.

Apesar de desqualificar seus rivais com esses adjetivos, Morales pediu a seus seguidores que não entrem na 'guerra suja' e, por outro lado, mostrem aos eleitores as mudanças produzidas durante seu governo desde 2006 e o programa para o próximo mandato presidencial.

Nas fileiras da oposição, que fracassou em suas tentativas prévias de unir-se para enfrentar Morales, foram apresentadas quatro chapas.

A aliança Unidade Democrata (UD) oficializou a candidatura presidencial do empresário opositor Samuel Doria Medina e a do ex-governador da região amazônica Beni Ernesto Suárez à vice-presidência.

Já o opositor Movimento sem Medo (MSM), aliado de Morales até 2010, inscreveu como seus candidatos o ex-prefeito de La Paz, Juan del Granado, e a ex-deputada Adriana Gil.

O Partido Democrata Cristão (PDC) postulou o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-2002) em uma chapa com a quíchua Tomasa Yarhui, enquanto o Partido Verde oficializou a candidatura do indígena Fernando Vargas à presidência e de Marghot Soria à vice-presidência.

Morales parte como favorito para o pleito segundo as enquetes divulgadas nos últimos meses e se colocou como objetivo ganhá-los com 74%, dez pontos percentuais acima do obtido em 2009 e 20 pontos a mais que o acumulado em 2005.

Em declarações à Agência Efe, o analista político Jorge Lazarte destacou que esta é a primeira vez que há tão poucas candidaturas em eleições gerais na Bolívia, apesar de considerar que mesmo assim é muito ter quatro opositores para enfrentar o governo.

"O fato de que haja quatro contra um é demais de todas maneiras porque a candidatura governista é muito forte. A única possibilidade para a oposição de vencer é que polarize seus votos, ou seja, que das quatro, uma delas seja a que concentre a maior quantidade de votos possível", comentou Lazarte.

Segundo as previsões dos analistas, é difícil derrotar Morales em 12 de outubro, motivo pelo qual a oposição espera levá-lo a um segundo turno e ter mais presença no Parlamento, atualmente dominado pelo governo.

"A oposição não vai ganhar as eleições, mas o que pode fazer é impedir que o atual governo siga tendo tanto poder como o que tem, porque isso prejudica o país, o governo e a própria oposição", opinou Lazarte.

Na opinião do analista político, estas eleições também serão as "mais desiguais da história do país nos últimos 30 anos", uma vez que o MAS seguirá utilizando "todos os recursos do Estado" em sua campanha.

Nesse sentido, o candidato Doria Medina instou hoje Morales e García Linera a pedir 'licença' de seus cargos enquanto durar a campanha para não prejudicar a gestão governamental, nem que estes façam uso dos recursos e bens do Estado com fins proselitistas.

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