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Eventos paralelos à Rio+20 focam questão social

A Cúpula dos Povos, organizada por dezenas de movimentos sociais nacionais e internacionais, é o principal evento alternativo

O objetivo principal da Cúpula dos Povos é denunciar ''as causas estruturais'' das crises econômica e ambiental (Divulgação/Cúpula dos Povos)

O objetivo principal da Cúpula dos Povos é denunciar ''as causas estruturais'' das crises econômica e ambiental (Divulgação/Cúpula dos Povos)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2012 às 20h31.

Rio de Janeiro - A Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) contará com dezenas de atos paralelos organizados por movimentos civis, empresas e grupos ambientalistas que concentrarão seus esforços em questões sociais e ambientais.

A Cúpula dos Povos, organizada por dezenas de movimentos sociais nacionais e internacionais, é o principal evento alternativo e o que está dotado de um espírito mais crítico em relação ao tom das discussões dos chefes de Estado, que se reúnem nos dias 20, 21 e 22 de junho.

Esta cúpula alternativa que reunirá 20 mil pessoas entre os dias 15 e 22, contará com assembléias populares, manifestações e numerosas atividades culturais organizadas no Aterro do Flamengo, segundo seus organizadores.

O objetivo principal da Cúpula dos Povos é denunciar ''as causas estruturais'' das crises econômica e ambiental, pôr em evidência as ''falsas soluções'' propostas pelos governos e propor ''novos paradigmas'' de desenvolvimento sustentável.

Da mesma forma que ocorreu na ECO92, também estarão representados os povos nativos da América e da África, que reuniram cerca de 1.200 representantes em uma aldeia multiétnica erguida em uma área florestal a cerca de cinco quilômetros da sede da Rio+20.

Os índios pretendem apresentar sua visão do desenvolvimento sustentável aos líderes mundiais em um documento que será entregue durante as jornadas de diálogo organizadas entre as autoridades e os representantes da sociedade civil, que acontecerão entre os dias 16 e 19 deste mês.


Nessas jornadas, dez mesas-redondas recolherão as propostas elaboradas nos eventos paralelos e também as que forem enviadas por milhares de cidadãos de todo o planeta em um site criado pela ONU especialmente para a ocasião.

Uma das novidades em relação a 1992 é que o mundo empresarial também se somou ao evento com um fórum de debates, no qual, desde o início desta semana, estão participando altos representantes de multinacionais e personalidades como o Nobel de Economia, Joseph Stiglitz.

No seio destas conferências acontecerá na próxima segunda-feira um encontro de prefeitos para discutir a aplicação de políticas municipais de conservação do meio ambiente, no qual estarão representadas 26 cidades, entre elas Bogotá, Buenos Aires, Sevilha, Colônia, Dacar e o próprio Rio.

A mudança climática será foco de um experimento liderado por um grupo de cientistas e acadêmicos, que se colocarão na pele dos governantes para simular uma negociação internacional cujo objetivo é conseguir um acordo ''realista'' que sirva para evitar o aquecimento global, segundo seus organizadores.

O acordo fictício será apresentado na Rio+20 e também na Cúpula das Nações Unidas Sobre Mudança Climática (COP18) de Doha, no próximo mês de dezembro, para tentar demonstrar aos líderes mundiais que é possível chegar a um consenso para reduzir as emissões de dióxido de carbono.

A Rio+20 também receberá atos culturais, incluindo shows, exposições fotográficas e uma curiosa exposição audiovisual e sensorial chamada ''Brasil Cerrado'', que apresentará a rica fauna e flora do ecossistema que cobre a região central do país.

A exposição, criada pelo artista plástico Siron Franco e idealizada pelo Governo Federal, ocupa 600 metros quadrados no Museu de Arte Moderna (MAM), vizinho às instalações da Cúpula dos Povos.

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