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Eurozona aumenta pressão sobre Grécia

Líderes do bloco também intensificam o plano para impedir que a situação da Itália piore

Os líderes europeus avisaram a Grécia que o país não vai receber nada se não tomar as medidas de ajuste fiscal (Louisa Gouliamaki/AFP)

Os líderes europeus avisaram a Grécia que o país não vai receber nada se não tomar as medidas de ajuste fiscal (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2011 às 13h31.

Bruxelas - Os ministros de Finanças da Eurozona decidiram nesta segunda-feira pressionar ainda mais a Grécia para que as medidas de austeridade sejam cumpridas pelo país e reforçaram as propostas para evitar que a Itália seja a próxima a quebrar.

Após vários dias de agitação política na Grécia, os ministros dos 17 países da Eurozona vão se reunir hoje a partir das 16H00 GMT (14H00 de Brasília). Na terça-feira será a vez dos 27 ministros da União Europeia (UE).

O objetivo é dizer a Atenas que o país não receberá nada, caso não sejam cumpridos os planos de ajuste. O medo maior é do risco da crise atingir a Itália, já enfraquecida pela falta de credibilidade dos investidores sobre os planos do governo de Silvio Berlusconi para reduzir o déficit e a enorme dívida de 1,9 trilhão de euros.

Os líderes europeus cobram da Grécia uma definição clara para que o país continue na Eurozona.

Os principais partidos políticos gregos chegaram a um acordo para formar um governo de coalizão sem o atual primeiro-ministro Georges Papandreou. Decidiram também, adiantar as eleições para o dia 19 de fevereiro.

O socialista Papandreou e o líder da oposição de direita, Antonis Samaras, reuniram-se nesta segunda-feira para escolher o próximo chefe do governo.

A Grécia pretende negociar o pagamento de 80 bilhões de euros até o final de fevereiro.

O plano para salvar o país da crise prevê empréstimos de até 100 bilhões de euros até 2020. Em troca, o Parlamento precisa ratificar o acordo antes de 2012, o que exigirá novos sacrifícios para a população. A dívida pública grega é de 350 bilhões, o equivalente a 165% do seu PIB.


A Eurozona e outros credores, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), desejavam aprovar imediatamente os 8 bilhões de euros relativos ao último lote do primeiro plano de resgate, acordado em 2010.

"Deveria ser um ponto de aprovação automático nesta segunda-feira, mas tudo mudou (...)", disse uma fonte europeia.

Sem este empréstimo imediato, a Grécia permanecerá sem receber ajuda até meados de dezembro.

A agitação na Grécia dominou a reunião do G20 na França e impediu que o grupo definisse o reforço do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para evitar o contágio da crise em países ameaçados como a Itália e a Espanha, terceira e quarta economias da Eurozona.

A meta é ampliar para um trilhão de euros o FEEF, através de um mecanismo de investimento para comprar a dívida de países frágeis, com o respaldo de uma nota de classificação máxima e a garantia de até 30% em eventuais perdas.

Para multiplicar seus recursos, fixados inicialmente em 440 bilhões de euros, está prevista a criação de dois veículos financeiros, sendo um deles ligado ao FMI, que buscará investimentos do setor privado em países emergentes.

Além dos temores sobre a Grécia, rumores sobre a renuncia do primeiro-ministro italiano também trazem insegurança aos mercados nesta segunda-feira. A Comissão Europeia já confirmou que enviará à Itália uma missão para vigiar a implementação das reformas draconianas.

"O problema da Itália é a falta de credibilidade das medidas anunciadas pelo governo para reduzir o déficit", declarou a diretora do FMI, Christine Lagarde.

As taxas de juros sobre os títulos de longo prazo italianos subiram 6,5%, um novo recorde desde a criação do euro.

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