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Europol teme que Estado Islâmico utilize carros-bomba na Europa

Os analistas acreditam que os responsáveis pelos atentados em Paris em 2015 tinham planos para instalar um carro carregado com explosivos

Carro-bomba: os ataques com terroristas suicidas em Paris e Bruxelas mostram "semelhanças" com os executados em Mumbai (Stringer/Reuters)

Carro-bomba: os ataques com terroristas suicidas em Paris e Bruxelas mostram "semelhanças" com os executados em Mumbai (Stringer/Reuters)

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EFE

Publicado em 2 de dezembro de 2016 às 15h01.

Bruxelas - O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) poderia acrescentar os atentados com carros-bomba a seu "modus operandi" em seus futuros ataques contra países da União Europeia (UE), diz um estudo divulgado nesta sexta-feira pela Europol.

"Os ataques de Paris e Bruxelas mostraram que os terroristas que atuam em nome do EI (...) são capazes de planejar ataques relativamente complexos e efetivos" e "outras possibilidades para o futuro incluem o uso de carros-bomba, sequestros e extorsões", indicaram os especialistas antiterroristas da Europol.

Os analistas se baseiam, entre outras informações, nas suspeitas de que os jihadistas que realizaram os atentados em Paris em novembro de 2015 tinham planos para instalar um carro carregado com explosivos, "provavelmente em algum lugar da França", mas que tiveram que mudar de agenda por causa da pressão policial.

Os especialistas acrescentaram que os ataques com terroristas suicidas em Paris e Bruxelas mostram "semelhanças" com os executados em Mumbai em 2008 e não está descartado que o EI e grupos simpatizantes tenham a intenção de levar para a UE técnicas terroristas como as que são utilizadas na Síria e no Iraque, onde os carros-bomba são constantemente utilizados em seus massacres.

O relatório aponta os países-membros da coalizão internacional contra o EI como os principais alvos de seus futuros ataques terroristas, com a França no topo da lista e ameaças críveis também para Bélgica, Alemanha e Reino Unido.

A Europol identifica dois tipos de alvos prioritários: os de caráter simbólico, com as forças de segurança no ponto de mira, e os que são cometidos indiscriminadamente contra a população civil com um "poderoso efeito" intimidatório para os cidadãos.

Essa estratégia desloca para um lugar secundário os ataques contra infraestruturas, como redes elétricas, instalações nucleares, centros de transporte, e também os ciberataques, pois estes causam menor "impacto" na opinião pública.

O Estado Islâmico também leva em conta em sua estratégia terrorista o impacto econômico de seus ataques, que podem ser notados na queda das "viagens e do turismo", tanto fora da UE (Tunísia, Egito e Turquia) como dentro (França e Bélgica), além do fato de a ameaça jihadista ter elevado "significativamente" os custos de segurança nos países que são considerados alvos.

Em relação ao perfil dos terroristas que realizam atentados na União Europeia, o relatório afirma que "não são necessariamente profundamente crentes", frequentemente se inspiram no EI, mas não recebem ordens diretas da organização e costumam ter relação com outros grupos e atividades criminosas.

Por outro lado, os especialistas da Europol consideram que uma das estratégias que o Estado Islâmico poderia implementar é a tentativa de fazer com que seus ataques "comprometam os refugiados sírios como grupo e obrigue os Estados-membros (da UE) a mudarem suas políticas relativas aos mesmos", por exemplo, tentando radicalizar e captar membros da diáspora síria na Europa.

Além da ameaça do EI, outros grupos terroristas islamitas, como a Al Qaeda e a Frente da Conquista do Levante (antiga Frente al Nusra), e indivíduos e grupos inspirados neles, também seguirão representando uma ameaça, como aconteceu no atentado em Paris contra a redação da revista "Charlie Hebdo", cometido em 2015 em nome do EI, segundo o relatório.

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