Mundo

Europeus rejeitam termos do Irã para manter acordo nuclear

O Irã anunciou nesta quarta-feira (8) medidas que diminuem as restrições ao seu programa nuclear em reação a novas sanções dos Estados Unidos

Acordo nuclear: O Irã ameça aumentar o nível de enriquecimento de urânio (Denis Balibouse/Reuters)

Acordo nuclear: O Irã ameça aumentar o nível de enriquecimento de urânio (Denis Balibouse/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 9 de maio de 2019 às 10h23.

Última atualização em 9 de maio de 2019 às 10h25.

Berlim — Países europeus disseram nesta quinta-feira que querem preservar o acordo nuclear com o Irã, mas rejeitam "ultimatos" de Teerã, depois que a República Islâmica reduziu o alcance das limitações impostas ao programa nuclear do país e ameaçou adotar ações que podem violar o pacto internacional.

O Irã anunciou na quarta-feira medidas que diminuem as restrições ao seu programa nuclear em reação a novas sanções dos Estados Unidos, impostas depois que Washington abandonou o acordo um ano atrás.

Especialistas dizem que as novas medidas anunciadas por Teerã até agora provavelmente não violarão os termos do acordo de imediato.

Mas o presidente Hassan Rouhani disse que, a menos que potências mundiais encontrem uma forma de proteger os setores petroleiro e bancário do Irã das sanções dos EUA dentro de 60 dias, o país começará a enriquecer urânio acima dos níveis permitidos pelo pacto.

"Rejeitamos quaisquer ultimatos e avaliaremos o cumprimento do Irã com base no desempenho do Irã em relação aos compromissos de natureza nuclear do JCPOA e do NPT", disse um comunicado emitido conjuntamente pela União Europeia e pelos ministros das Relações Exteriores de França, Reino Unido e Alemanha.

A sigla JCPOA se refere ao acordo nuclear de 2015, e a sigla NPT a um tratado de não proliferação que proíbe países de desenvolver armas nucleares.

As potências europeias também disseram lamentar a reativação das sanções dos EUA e acrescentaram que continuam comprometidas a preservar e implantar totalmente o acordo nuclear com o Irã.

"Estamos determinados a continuar nos empenhando para permitir a continuação do comércio legítimo com o Irã", disseram os Estados europeus, acrescentando que isso inclui obter um mecanismo especial concebido para possibilitar negociações com o regime.

O acordo nuclear de 2015, assinado por Irã, EUA, França, Reino Unido, Rússia e Alemanha, exige que Teerã limite seu programa nuclear em troca da eliminação de sanções internacionais.

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, abandonou o pacto um ano atrás e reativou sanções, que intensificou neste mês, ordenando efetivamente que todos os países parem de comprar petróleo iraniano para eles mesmos não enfrentarem sanções.

Os aliados europeus de Washington se opuseram à decisão norte-americana de romper com o pacto nuclear, que dizem beneficiar os radicais do Irã e minar os pragmáticos da liderança do regime que querem abrir o país ao mundo.

Eles tentaram desenvolver um sistema que permita que investidores estrangeiros façam negócios no Irã evitando as sanções dos EUA, mas na prática o modelo ainda não funcionou, já que todas as grandes empresas europeias que haviam anunciado planos de investir no Irã dizem que não o farão mais.

Acompanhe tudo sobre:Armas nuclearesEstados Unidos (EUA)Irã - PaísSanções

Mais de Mundo

Biden deve ir à posse de Donald Trump nesta segunda-feira?

União Europeia deve traçar 'linhas vermelhas' nas relações com Trump, diz ministro francês

Mais de 200 caminhões de ajuda chegam do Egito no segundo dia de trégua em Gaza

Biden encerra mandato como presidente que concedeu mais perdões da história dos EUA