Presidente do Parlamento europeu, Martin Schulz: "não apresentaram nenhum outro candidato", afirmou (AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de novembro de 2013 às 12h02.
Bruxelas - O Partido Socialista Europeu apresentou nesta quarta-feira o presidente da Eurocâmara, o alemão Martin Schulz, como seu candidato único à Presidência da Comissão Europeia (CE), posto pelo qual foi designado sem processo de eleições primárias.
"Não apresentaram nenhum outro candidato. Mas, se tivesse, eu gostaria de passar por umas primárias", declarou Schulz durante uma entrevista coletiva em Bruxelas.
Schulz, que recebeu apoio de 19 das 32 formações social-democratas europeias, incluindo as espanholas e francesas, negou que a falta de primárias "mine o projeto democrático" de sua candidatura.
Pela primeira vez e a partir do estabelecido no tratado de Lisboa, os grandes partidos europeus são convidados a apresentar um candidato único europeu à Presidência da Comissão, uma medida que pretende democratizar um cargo que até agora era decidido exclusivamente pelos Governos da UE sem a participação cidadã.
O futuro presidente do Executivo comunitário será aquele que alcançar a maioria de apoio do Parlamento Europeu (PE) após as eleições europeias do próximo dia 25 de maio.
Schulz apontou que na próxima Eurocâmara tanto a social-democracia como o outro grande partido majoritário, o Partido Popular Europeu (PPE), não podem desejar mais que a uma "maioria relativa", o que forçará as coalizões de poder dentro do PE.
O socialista alemão também indicou que sua estratégia eleitoral se baseará em "voltar a ganhar a confiança" dos europeus nas instituições e resistir aos pujantes partidos eurocéticos que deverão aumentar sua presença na próxima Eurocâmara.
"Quero lutar para recuperar a confiança. Nos últimos tempos, inclusive antes da crise econômica, a perda de fé nas instituições tanto em nível nacional como europeu era algo visivel entre os cidadãos", apontou.
O candidato social-democrata europeu defendeu "a ideia dos diferentes países cooperando juntos frente aos que querem que renacionalizar as competências e causar o fechamento do projeto europeu".
Schulz encorajou todas as forças políticas europeias, incluindo o PPE, a designar seu candidato europeu à Comissão, um processo que, segundo ele, "ajudará a fazer os europeus sentirem que o voto ajuda a definir a política europeia".
"Até os que amam a Europa têm a sensação que seu voto não conta. Mas, agora há possibilidade de escolher não só um Parlamento Europeu, mas também quem vai dirigir certa linha política na Europa. Isso significa uma melhora na capacidade de decidir dos cidadãos em Bruxelas", explicou Schulz.
Fontes do PPE explicaram à Agência Efe que a formação majoritária europeia não designará seu candidato até março de 2014, quando se encerrará o processo de primárias no partido.
Segundo estas mesmas fontes, os possíveis candidatos do PPE à Presidência da Comissão são o ex-presidente do Eurogrupo, o luxemburguês Jean-Claude Juncker, o primeiro-ministro irlandês Enda Kenny, o chefe do Executivo finlandês Jyrki Katainen e o comissário europeu de Mercado Interno, o francês Michel Barnier.