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Europeus e Zelensky formarão frente unida nos EUA para que paz não seja capitulação

Macron argumentou que seu homólogo americano, Donald Trump, busca a paz, assim como os europeus, desde que esta seja justa com a Ucrânia e duradoura

A explicação foi dada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em declarações à imprensa na residência oficial de férias do forte de Brégançon, no sul da França (AFP)

A explicação foi dada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em declarações à imprensa na residência oficial de férias do forte de Brégançon, no sul da França (AFP)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de agosto de 2025 às 16h06.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e os líderes europeus que o acompanharão nesta segunda-feira a Washington apresentarão uma frente unida em defesa de uma paz que não represente uma "capitulação" e mostrarão até que ponto os aliados de Kiev estão dispostos a colaborar nas garantias de segurança.

A explicação foi dada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, em declarações à imprensa na residência oficial de férias do forte de Brégançon, no sul da França, após a reunião por videoconferência que os países da chamada Coalizão de Voluntários realizaram neste domingo, além do próprio Zelensky, que a acompanhou de Bruxelas.

"Eu não acho que o presidente (russo, Vladimir) Putin queira a paz, eu acho que ele quer a capitulação da Ucrânia, isso é o que ele propôs", declarou Macron, além de reforçar que apenas as autoridades ucranianas podem falar sobre os territórios ucranianos.

Macron argumentou que seu homólogo americano, Donald Trump, busca a paz, assim como os europeus, desde que esta seja justa com a Ucrânia e duradoura.

"Todos os que estarão amanhã em Washington estão do lado da paz", ressaltou, "mas de uma paz robusta".

Nesse sentido, afirmou que não pode haver "divisão entre os ucranianos, os europeus e os americanos", porque a visão russa da paz não respeita o direito internacional, e lembrou que os EUA são garantidores dessas normas como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Caso contrário, segundo ressaltou, se abriria uma nova era baseada na "lei do mais forte".

"Só há um agressor, a Rússia. E, hoje, só há um Estado que propõe uma paz que seria uma capitulação, que é a Rússia", comentou.

Obrigar a Ucrânia a ceder territórios, algo sobre o qual só as autoridades ucranianas têm poder para negociar e decidir, ou forçá-la a eliminar seu Exército ou a mantê-lo diminuído, são linhas vermelhas que, para Macron, incorporariam essa capitulação, além de pavimentar o caminho para que os acordos não sejam respeitados pela Rússia no futuro.

O formato de paz que a Ucrânia e os líderes europeus defenderão amanhã em Washington, após a reunião que Trump e Putin tiveram na última sexta-feira no Alasca, também incluirá o estabelecimento de uma "força de reafirmação", com tropas no terreno que não estejam na linha de frente.

Os aliados da Ucrânia, organizados na chamada Coalizão de Voluntários, integrada principalmente por países europeus, mas também por outros, como Japão e Austrália, que participaram hoje da videoconferência conjunta, se encarregariam dessa tarefa.

Em Washington, portanto, buscarão mostrar ao governo americano "até que ponto" estão dispostos a se unir para que haja garantias de segurança para a Ucrânia.

O presidente francês enfatizou igualmente que os países europeus não vão a Washington simplesmente em apoio a Zelensky, mas porque o que está em jogo, no fundo, é a segurança da Europa.

"Se somos fracos com a Rússia, estamos preparando os conflitos de amanhã", ponderou, lembrando que Moscou não respeitou seus compromissos de não agressão no passado e que o regime de Putin é "imperialista e revisionista". EFE

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