O presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy (d), e o premiê da Ucrânia, Arseni Yatseniuk: após a assinatura do acordo, líderes debaterão dependência energética (Georges Gobet/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2014 às 09h27.
Bruxelas - Os chefes de Estado e de governo da União Europeia (UE) assinarão nesta sexta-feira junto com o primeiro-ministro da Ucrânia, Arseni Yatseniuk, os capítulos políticos do acordo de associação que o bloco europeu ofereceu ao governo anterior de Kiev e cuja rejeição em novembro desencadeou os protestos no país.
No segundo dia da cúpula de Chefes de Estado e de governo, a União Europeia também tornará pública a ampliação da "lista negra" estipulada nesta madrugada com 12 novos nomes de russos e ucranianos que sofrerão sanções por envolvimento com a organização do referendo na Crimeia e a operação de sua anexação à Rússia.
Após a assinatura dos capítulos políticos do acordo com a Ucrânia, os líderes europeus terão sobre a mesa outro assunto relacionado com a crise na ex-república soviética, a dependência energética do bloco comunitário com as importações oriundas da Rússia.
Reduzir essa dependência é uma questão pendente na UE há anos e a mesma evidencia a prudência dos líderes dos 28 países do bloco em sua reação à anexação da Crimeia pela Federação Russa.
Segundo os líderes europeus, o plano deveria refletir que a UE precisa acelerar a diversificação de suas provisões energéticas e melhorar sua eficiência, assim como continuar desenvolvendo fontes de energia próprias e renováveis.
Aproximadamente 30% do gás importado pela UE tem origem na Rússia e, desse percentual, a maior parte chega ao território comunitário através da Ucrânia, que é o principal Estado de passagem.
A companhia russa Gazprom exportou 133 bilhões de metros cúbicos de gás à UE em 2013, dos quais quase a metade, 65 bilhões, passaram pela Ucrânia e o restante pelos gasodutos de Jamal (Belarus), Nord Stream e outras conexões bilaterais.