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Europa estuda medidas para estimular vacinação contra covid-19

Sem obrigatoriedade de vacinação, países europeus planejam rastrear as pessoas para ajudar a elaborar um caminho para sair da crise

Vacinação no continente começou na semana passada. (Bloomberg/Bloomberg)

Vacinação no continente começou na semana passada. (Bloomberg/Bloomberg)

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Bloomberg

Publicado em 29 de dezembro de 2020 às 11h31.

Governos europeus planejam rastrear o número de pessoas que recebem vacinas contra a covid-19 para ajudar a elaborar um caminho para sair da crise.

A França terá um registro das pessoas vacinadas, e a Espanha vai rastrear pessoas que se recusarem a ser vacinadas contra a doença, que já causou mais de 400 mil mortes na Europa.

Na Alemanha, o governo da chanceler Angela Merkel estuda uma legislação para garantir que pessoas não vacinadas sejam tratadas de forma justa quando a economia começar a reabrir. Mais de 21 mil pessoas no país já receberam a injeção desenvolvida pela Pfizer e BioNTech.

Depois que a vacinação na Europa começou com alarde no fim de semana passado, autoridades agora buscam maneiras de garantir uma adoção generalizada sem semear mais descontentamento entre a população, já cansada da pandemia.

Uma distribuição mais ampla pode ter que esperar. A vacina desenvolvida pela AstraZeneca e Universidade de Oxford provavelmente não será aprovada em janeiro, disse Noël Wathion, vice-diretor executivo da Agência Europeia de Medicamentos, em entrevista ao jornal belga Nieuwsblad, acrescentando que a agência não tem informações suficientes.

O registro da Espanha será compartilhado com outros parceiros europeus, mas não será público, disse o ministro da Saúde, Salvador Illa, em entrevista ao canal de TV La Sexta. A vacinação é voluntária na Espanha, e os dados serão “tratados com o maior respeito pela proteção de dados”, disse Illa.

Na segunda-feira, 28, a Espanha se tornou o quarto país europeu a registrar mais de 50 mil mortes por coronavírus. A iniciativa pode ajudar o país a reconquistar a confiança no setor de turismo, que foi associado à propagação do coronavírus depois que as regras foram relaxadas no verão europeu.

A França também terá um registro com a identidade das pessoas vacinadas e suas condições de saúde.

A campanha do governo francês teve um início lento, enquanto autoridades buscam criar confiança no sistema. Pesquisas mostram altos níveis de ceticismo, pois menos da metade da população do país pretende se vacinar.

“Já disse e estou repetindo: a vacina não será obrigatória”, disse o presidente da França, Emmanuel Macron, no Twitter. “O custo da vacina está totalmente coberto. Não há custos. Tenhamos orgulho do nosso sistema de saúde.”

Na Itália, políticos estão preocupados com a resistência da população e debatem se tornarão as vacinas obrigatórias para trabalhadores como funcionários públicos e profissionais de saúde. Pesquisas mostram que partes significativas da população têm medo de receber a injeção.

Como a maior parte da Europa, a postura oficial da Itália é que receber a vacina é uma escolha pessoal. Mas, se a adesão voluntária continuar baixa, “teremos que adotar algumas contramedidas”, disse o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri, em entrevista ao jornal La Stampa na terça-feira.

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