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Europa envia quebra-gelos para lutar contra inverno

Países do continente usam todas as armas para tentar superar a neve; 450 mortes já foram confirmadas

Navios em um rio congelado na Alemanha: previsão é que o frio continue na Europa (Bernd Wuestneck/AFP)

Navios em um rio congelado na Alemanha: previsão é que o frio continue na Europa (Bernd Wuestneck/AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2012 às 13h32.

Belgrado - As autoridades utilizaram de tudo, de quebra-gelos explosivos a tratores nesta terça-feira para superar o grande congelamento da Europa, enquanto milhares de pessoas morreram vítimas da hipotermia e outras milhares ficaram isoladas pela neve.

Até agora, 450 pessoas morreram devido ao frio que atinge a Europa desde o início deste período congelante, há 11 dias, e os meteorologistas alertam que não há previsões para que as temperaturas mais baixas observadas em décadas sejam substituídas por um tempo mais ameno.

Embora tenha ocorrido um pouco de descanso para o povo da Ucrânia - onde mais de 130 mortes foram registradas - o termômetro caiu durante a noite para -39,4 graus Celsius na região Kvilda da República Checa.

Mais corpos foram encontrados nas ruas, em carros ou dentro de casas na Alemanha, Itália, Polônia e nos Balcãs.

Autoridades da Sérvia afirmaram que 70.000 pessoas ficaram isoladas em suas aldeias do sul devido à neve, e declararam uma "situação de emergência". A ordem, que é um grau abaixo de um estado de emergência, permite ao governo solicitar que empresas privadas ajudem na limpeza da neve com máquinas e funcionários.

Predrag Maric, chefe dos serviços de emergência da Sérvia, afirmou à rádio B92 que a situação mais crítica era agora nos rios Danúbio e Ibar, onde uma espessa camada de gelo está se formando.

"Especialistas do exército verão se a camada de gelo (no Ibar) pode ser quebrada com explosivos de uma maneira que seja segura para as pessoas e para o meio ambiente", disse, acrescentando que o governo está convocando quebra-gelos para limpar o Danúbio.

Grande parte do leste e do sul da Bósnia também foram isoladas pela neve e por avalanches.

Não houve nenhum contato desde sexta-feira com o povoado de Zijemlje, a cerca de 30 km da cidade de Mostar.


"Nós não sabemos o que está acontecendo lá. Eles não têm eletricidade desde sexta-feira e as linhas telefônicas estão cortadas, eles não têm água corrente", afirmou Radovan Palavestra, prefeito de Mostar, à AFP.

"Há pessoas idosas que são muito frágeis e crianças, incluindo um bebê de dois meses, e no total há entre 130 e 150 pessoas", acrescentou Palavestra.

Um helicóptero que deveria ter voado para ajudar Zijemlje não pôde decolar na manhã desta terça-feira devido a uma forte nevasca, segundo as autoridades.

Na Romênia, duas mulheres grávidas precisaram ser retiradas de helicóptero da região leste de Iasi depois que suas aldeias foram completamente isoladas pela neve. Outra mulher grávida foi levada ao hospital em um trator na região leste de Paltinis depois que sua ambulância ficou presa na neve.

Escolas foram fechadas em grande parte do país, incluindo em Bucareste, enquanto muitos serviços de trem foram cancelados. Cerca de 40% das estradas também foram fechadas, e os voos retornaram ao aeroporto de Bucareste.

Nevascas atingiram a Bulgária, um dia depois de oito pessoas morrerem afogadas ao caírem em rios e de uma represa se romper, afundando toda uma aldeia do sudeste.

O número de mortos por hipotermia na Polônia chega agora a 68, depois que as autoridades registraram mais seis mortes nas últimas 24 horas.

A maioria dos que morreram eram sem-teto, muitos dos quais haviam bebido muito.

A onda de frio também tem provocado um grande aumento no número de pessoas sendo mortas por envenenamento por monóxido de carbono devido à utilização de aquecedores a gás com defeito. A polícia polonesa afirmou que 22 pessoas foram vítimas de intoxicação nas últimas 24 horas, duas das quais morreram.

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