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Europa deve liderar resposta em voo MH17, diz Hillary

A ex-secretária de Estados dos EUA lembrou que o avião da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur, "sobre o território europeu"


	Hillary Clinton: "deveria haver indignação nas capitais europeias", afirmou
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Hillary Clinton: "deveria haver indignação nas capitais europeias", afirmou (Jonathan Ernst/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 18 de julho de 2014 às 06h49.

Washington - A ex-secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse nesta quinta-feira que a Europa deve liderar a resposta no caso do avião acidentado no leste da Ucrânia, que pode ter sido derrubado por rebeldes pró-russos.

"Os europeus têm que assumir a liderança nisto", afirmou Hillary, que lembrou que o avião da Malaysia Airlines, com 298 passageiros a bordo, viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur, "sobre o território europeu".

"Deveria haver indignação nas capitais europeias", afirmou a ex-secretária de Estado durante uma entrevista ao apresentador de televisão Charlie Rose.

Hillary destacou que é "óbvio" que um míssil antiaéreo derrubou o avião da companhia aérea malaia e ressaltou que Kiev culpou rapidamente os "terroristas" pelo ocorrido, o termo empregado pelo governo ucraniano para descrever os rebeldes pró-russos do leste do país.

"Se há provas que apontam para essa direção, o equipamento (utilizado para abater o avião) veio da Rússia", afirmou.

Hillary insistiu que se for confirmado o vínculo com a Rússia, os europeus têm que tomar medidas muito mais enérgicas em três frentes: endurecer as sanções contra Moscou, acelerar o processo de independência energética em relação à Rússia e estreitar a parceria com os EUA para ajudar a Ucrânia.

A ex-primeira-dama também insistiu que os Estados Unidos foram muito mais firmes que a Europa na hora de denunciar os esforços desestabilizadores da Rússia na Ucrânia.

"Os EUA foram muito claros tanto em suas críticas com a Rússia como nas críticas ao presidente (russo) Vladimir Putin", afirmou Hillary, que enfatizou a nova rodada de sanções contra Moscou anunciadas ontem pela Casa Branca.

A Europa, pelo contrário, está imersa no debate, opinou Hillary, para saber se a Rússia é realmente o agressor e se Putin é "verdadeiramente perigoso".

Na opinião da ex-chefe da diplomacia americana, Putin está tentando chegar o mais longe que pode e só entende a linguagem "dura e direta".

As sanções, segundo Hillary, não serão suficientes para dissuadir o líder do Kremlin.

O que realmente funcionaria, disse, seria que os europeus elaborassem uma estratégia alternativa que os permitisse superar sua dependência do gás russo e que não os deixe "à mercê de Putin e da Gazprom".

Hillary afirmou que a Europa deu passos nessa direção, mas que "não foram suficientes".

O Boeing-777 de Malaysia Airlines caiu na região leste de Donetsk, cenário de combates entre as forças governamentais da Ucrânia e os rebeldes pró-russos, que logo após o incidente trocaram acusações pela queda da aeronave.

A companhia aérea malaia informou hoje que estavam a bordo da aeronave 154 holandeses, 43 malaios (incluídos os 15 membros da tripulação), 27 australianos, 12 indonésios, nove britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos, um canadense e outros 41 que não tiveram sua nacionalidade confirmada.

Os serviços de inteligência dos EUA consideram que o avião foi atingido por um míssil terra-ar, mas não puderam confirmar ainda a origem do projétil que derrubou a aeronave, segundo fontes de inteligência citadas pela emissora "CNN" e pelo jornal "The Washington Post".

"Não foi um acidente, (o avião) explodiu no céu", disse o vice-presidente dos Estados Unidos, Joseph Biden, durante um discurso nesta quinta-feira em Detroit, no estado americano do Michigan. EFE

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