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Europa aperta o cinto, com crescente agitação social

Além de Grécia, Itália, Portugal, Reino Unido e Polônia buscam a redução do déficit público

George Papandreou, primeiro-ministro grego: sem resgate, país daria o calote em julho (Louisa Gouliamaki/AFP)

George Papandreou, primeiro-ministro grego: sem resgate, país daria o calote em julho (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 18h20.

Atenas - Muitos países da União Europeia estão apertando os cintos para poderem pagar as dívidas e reduzir o déficit, com planos que geram muitos protestos de Atenas a Londres, passando por Varsóvia.

O Parlamento grego adotou nesta quinta-feira a lei de aplicação do novo plano de ajustes, exigido pela União Europeia (UE) e pelo FMI para desbloquear a quinta parcela do primeiro pacote de resgate de 110 bilhões de euros aprovado no ano passado.

Sem esse dinheiro, 12 bilhões de euros, a Grécia seria obrigada a anunciar um não pagamento em julho, afundando a zona do Euro (integrada por 17 dos 27 países da UE) numa grave crise.

Os legisladores gregos já haviam aprovado o plano na quarta-feira - que inclui cortes de 28,4 bilhões de euros e privatizações que devem render outros 50 bilhões entre 2012 e 2015 - em meio a uma cidade paralisada por uma greve geral e assolada por violentos confrontos entre policiais e manifestantes.

"travamos uma batalha difícil e vencemos", afirmou nesta quinta-feira o primeiro ministro socialista, George Papandreou.

Em Roma, o governo conservador de Silvio Berlusconi se apressa em adotar um plano de cortes de 47 bilhões de euros para cumprir o compromisso de redução do déficit orçamentário de 4,6% em 2010 para 0,2% em 2014.

Em Portugal, outro país cuidadosamente observado pelos mercados, o novo primeiro ministro de centro direita Pedro Passos Coelho apresentou na quinta-feira ao Parlamento um programa econômico "mais ambicioso" que o previsto até agora no plano de resgate da UE e do FMI.


Uma das medidas prevê uma "contribuição especial" em 2011 equivalente a 50% do segundo bônus (prêmio anual) a todos os que recebem mais do que o salário mínimo. Desta forma, o Estado espera economizar cerca de 800 milhões de euros.

Passos Coelho também anunciou uma aceleração das privatizações.

"A situação das contas públicas exige maiores sacrifícios aos portugueses", disse o dirigente.

Em troca de um plano de ajuda de 78 bilhões de euros concedido em maio pela UE e pelo FMI, Lisboa terá que reduzir seu déficit de 9,1% do PIB no ano passado para 5,9% este ano, com o objetivo de chegar a 3% em 2013.

Na Grã Bretanha, centenas de milhares de funcionários públicos fizeram uma greve nacional nesta quinta-feira e paralisaram muitas escolas, universidades e serviços públicos em protesto contra os planos do governo de David Cameron de reformar a previdência.

Londres quer adotar o plano de austeridade mais severo dos grandes países industrializados desde o início da crise financeira, com o objetivo de eliminar o déficit público até 2015.

Este plano combina uma redução de gastos do Estado e dos governos locais, aumentos de impostos e o fim de mais de 300 mil postos de trabalhos de funcionários públicos, além de aumentar a idade mínima de aposentadoria de 60 anos, como é hoje, para 66 em 2020.

Em Varsóvia, dezenas de milhares de poloneses, convocados pelo sindicato Solidaridade, foram às ruas gritar "ladrões", para denunciar a política social do governo liberal de Donald Tusk.

A Polônia vai assumir nesta sexta-feira a presidência semestral da UE.

Na Espanha, cerca de 40 "indignados" foram retirados na madrugada de quinta-feira da Praça de Catalunha de Barcelona e suas barracas de camping, montadas desde o dia 15 de maio, foram desmontadas por agentes de limpeza.

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