Mundo

Eurogrupo e Bruxelas dão prazo à Itália por medidas pós-referendo

"Nesta conjuntura é difícil para o governo italiano se comprometer agora a tomar medidas adicionais", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem

Jeroen Dijsselbloem: "o Eurogrupo convida a Itália a dar os passos necessários no futuro próximo" (John Thys/AFP)

Jeroen Dijsselbloem: "o Eurogrupo convida a Itália a dar os passos necessários no futuro próximo" (John Thys/AFP)

E

EFE

Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 14h05.

Bruxelas - Os países da zona do euro e a Comissão Europeia assumiram nesta segunda-feira que a Itália não está em posição de adotar agora medidas adicionais para cumprir seus compromissos fiscais, depois que seu primeiro-ministro, Matteo Renzi, renunciou após a vitória do "não" no referendo constitucional.

"Nesta conjuntura é difícil para o governo italiano se comprometer agora a tomar medidas adicionais", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista coletiva após a primeira sessão de trabalho dos ministros de Economia e Finanças da zona do euro reunidos nesta segunda-feira em Bruxelas.

"Portanto, o Eurogrupo convida a Itália a dar os passos necessários no futuro próximo para assegurar que seu orçamento cumpra com os requisitos", afirmou Dijsselbloem.

O também ministro das Finanças da Holanda indicou que transmitiu esta postura a seu colega italiano, Pier Carlo Padoan, que após o referendo cancelou sua participação no Eurogrupo "por razões compreensíveis", segundo Dijsselbloem.

Sobre o prazo para uma resposta da Itália, o político holandês afirmou que esperam-se "desenvolvimentos políticos na Itália", onde, após a renúncia de Renzi, ainda não se sabe se serão convocadas novas eleições ou se um governo técnico será formado.

"A decisão sobre os próximos passos diz respeito à Itália e ao presidente italiano (Sergio Mattarella). Estamos esperando um novo governo, por isso a Comissão e o Eurogrupo têm que esperar", afirmou Dijsselbloem.

Por sua vez, o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici, que também conversou com Padoan, se mostrou "totalmente de acordo" com Dijsselbloem e considerou: "Devemos escutar e ser coerentes com as mudanças que vão ocorrer agora".

O Eurogrupo abordou os projetos de orçamentos para 2017 dos países da zona do euro, com especial atenção àqueles que, como a Itália, estão em risco de se desviar de seus compromissos de déficit, segundo a avaliação feita em novembro pela Comissão Europeia.

O Executivo comunitário acredita que a Itália se desviará de seus objetivos de déficit em 2017 e, provavelmente, também em 2016, e pediu ao governo italiano que tome medidas adicionais e que continue com as reformas estruturais.

Sobre o conteúdo do referendo, no qual os italianos rejeitaram uma reforma constitucional com 59,1% dos votos, Dijsselbloem afirmou que "não corresponde" a parceiros europeus decidir sobre isso, apesar de especificar que "as reformas institucionais são importantes para uma administração eficaz", não só na Itália mas em toda a Europa.

"Qualquer novo governo na Itália terá que olhar para o tema da Constituição e possíveis reformas", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:ItáliaReforma políticaUnião EuropeiaZona do Euro

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique