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Euforia dos defensores da maconha nos EUA perde força com Trump

Apesar de o presidente eleito, Donald Trump, ter enviado sinais contraditórios, muitos de seu círculo íntimo não apoiam a legalização

Maconha: não há forma de antecipar, contudo, se o governo republicano causará algum problema (Blair Gable/Reuters)

Maconha: não há forma de antecipar, contudo, se o governo republicano causará algum problema (Blair Gable/Reuters)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 17h36.

A indústria da maconha legal dos EUA, que celebrou vitórias em oito estados na semana passada, agora vê o próximo governo Trump com cautela. As palavras que mais causam angústia no momento? Procurador-geral Rudy Giuliani.

O ex-prefeito de Nova York é apenas um dos vários nomes ventilados como possíveis escolhidos, mas sua fervorosa postura contra a maconha o colocou no foco em um momento em que investidores, vendedores, produtores e outros atores do negócio irão a Las Vegas nesta semana para duas grandes conferências.

Apesar de o presidente eleito, Donald Trump, ter enviado sinais contraditórios, muitos de seu círculo íntimo não apoiam a legalização. O próximo Departamento de Justiça dos EUA poderia facilmente abandonar a política de não interferência que está em vigor desde 2013. A maconha é ilegal, segundo a lei federal.

“Estamos analisando os piores cenários”, disse Emily Paxhia, diretora-gerente da Poseidon Asset Management em São Francisco, que investiu mais de US$ 10 milhões em empreendimentos do setor.

Em 8 de novembro, os eleitores da Califórnia, do Maine, de Massachusetts e de Nevada aumentaram para oito o número de estados americanos nos quais o uso recreativo de maconha deixará de ser crime a partir de janeiro. A vitória de Trump sobre Hillary Clinton “definitivamente calou as comemorações”, disse Paxhia.

Não há forma de antecipar, contudo, se o governo republicano causará algum problema. Trump tem afirmado que a legalização da maconha para qualquer outra finalidade que não a medicinal é um “mau” experimento, mas disse também que esse é um assunto dos estados.

O vice-presidente eleito, Mike Pence, propôs, quando foi governador de Indiana, o aumento da penalidade pela posse da erva e outros políticos próximos a Trump, como Giuliani e Chris Christie, são considerados ferozmente contrários à legalização.

Mas o fundo de capital de risco do membro da equipe de transição Peter Thiel já investiu no setor de maconha. A equipe não respondeu aos e-mails em busca de comentário.

A maconha é um negócio que movimenta US$ 6 bilhões por ano, valor que deverá triplicar quando os novos estados montarem suas infraestruturas.

Um em cada cinco adultos americanos morará em estados em que a maconha está legalizada quando Trump tomar posse. Em 28 estados, incluindo os quatro que acabam de votar para se somar ao grupo, a maconha medicinal será legal.

A tendência da legalização fez as ações relacionadas à erva subirem. A Kush Bottles, que produz embalagens para a indústria da maconha, mais do que dobrou neste ano antes do dia da eleição, na semana passada, mas perdeu terreno desde então.

A Scotts Miracle-Gro também registra alta neste ano. Embora a companhia seja mais conhecida no ramo de manutenção de gramados, seus produtos hidropônicos são usados por produtores de maconha. A ação acumula alta de 32 por cento em 2016.

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