Mundo

EUA votarão em outubro projeto sobre câmbio da China

A política cambial controlada de perto pela China tem sido causa de disputa entre as duas grandes potências econômicas

Desde junho de 2010, o yuan se apreciou cerca de 6,7% ante o dólar (Wikimedia Commons)

Desde junho de 2010, o yuan se apreciou cerca de 6,7% ante o dólar (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 16h50.

Washington - O Senado dos Estados Unidos deve votar no próximo mês um projeto de lei que vai punir a China caso a nação asiática não permita que sua moeda, o yuan, se valorize rapidamente ante o dólar, disseram hoje parlamentares. "Nós vamos pressionar a China", disse o senador democrata Charles Schumer em uma entrevista à imprensa, com colegas de seu partido e também republicanos apoiando a iniciativa contra a China.

Mais cedo nesta semana, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, afirmou que pretende apresentar o projeto, com o objetivo de pressionar o governo do presidente Barack Obama a tomar uma atitude em relação às importações chinesas, em resposta à suposta manipulação do câmbio pela China. Não está claro se a Câmara vai buscar uma legislação similar.

A política cambial controlada de perto pela China tem sido causa de disputa entre as duas grandes potências econômicas. Autoridades americanas têm pressionado seus pares em Pequim para que permitam que o valor do yuan seja definido pelas forças de mercado, embora governos republicanos e democratas tenham favorecido aproximações diplomáticas sobre tentativas do Congresso de pôr em prática um sistema formal de penalidades caso a China não coopere.

O projeto de lei do Senado descrito hoje, apoiado por parlamentares de ambos os partidos, alteraria uma lei existente que exige que o Departamento do Tesouro determine se outras nações "manipulam" suas moedas. O novo projeto reduziria os critérios para determinar se uma moeda está "desalinhada". Caso isso seja comprovado, as consequências podem incluir desde questões de governança no Fundo Monetário Internacional (FMI) até tarifas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A China anunciou em meados de 2010 que deixaria sua moeda se valorizar frente ao dólar. Desde junho de 2010, o yuan se apreciou cerca de 6,7% ante o dólar em base nominal e em torno de 10% se se levar em conta níveis mais altos da inflação chinesa.

Ainda assim, essa valorização não tem sido suficiente na visão de diversos parlamentares no Congresso, especialmente aqueles eleitos por Estados mais industrializados. Eles acreditam que o valor artificialmente baixo do yuan está prejudicando exportadores americanos. Faltando um ano para as eleições, muitos parlamentares se voltam à questão para amealhar eleitores.

No ano passado, o Senado ensaiou avançar com diferentes versões de uma legislação destinada a atender às preocupações dos parlamentares sobre a política de câmbio de Pequim, mas não levou a questão adiante. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCâmbioChinaEstados Unidos (EUA)Países ricosPolítica no BrasilSenado

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia