Ataque no Iêmen: governo do Irã e o grupo terrorista Hamas, condenaram a ofensiva e alertaram que o incidente teria consequências para a região (Atta Kenare/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 17 de janeiro de 2024 às 17h34.
Os Estados Unidos anunciaram, nesta quarta-feira, 17, que voltarão a incluir os rebeldes huthis iemenitas, apoiados pelo Irã, em sua lista de grupos "terroristas" por seus ataques a navios mercantes no Mar Vermelho.
A inclusão entrará em vigor dentro de 30 dias e seu objetivo é fazer "pressão" sobre o grupo rebelde sem afetar a entrega de ajuda humanitária ao Iêmen, segundo um comunicado do secretário de Estado americano, Anthony Blinken.
"Esta designação tem como objetivo que o grupo se responsabilize por suas atividades terroristas", declarou Blinken. "Se os huthis cessarem seus ataques no Mar Vermelho e o no Golfo de Áden, os Estados Unidos reavaliarão esta designação", acrescentou.
Na terça-feira, o Exército americano destruiu no Iêmen quatro mísseis dos huthis, os quais representavam uma "ameaça iminente" a navios mercantes e militares, de acordo com uma autoridade americana.
Foi a terceira operação em menos de uma semana realizada pelos Estados Unidos contra os huthis, que atacam navios na costa do país mais pobre da Península Arábica, em solidariedade aos palestinos de Gaza, território bombardeado e sitiado por Israel.
Em dezembro passado, os Estados Unidos criaram uma força naval multinacional para proteger a navegação pelo Mar Vermelho, uma rota de trânsito essencial para 12% do comércio mundial.
"Não buscamos um conflito regional, longe disso", declarou ontem o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
Os huthis consideram fazer parte do que chamam de "eixo de resistência" contra Israel, que inclui grupos apoiados pelo Irã, como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah.
Os Estados Unidos retiraram os huthis de sua lista de "organizações terroristas" em fevereiro de 2021 para facilitar a resposta a uma grave crise humanitária no Iêmen, um país devastado pela guerra interna e com grande parte do território sob controle do grupo rebelde.
Com uma população de cerca de 30 milhões de habitantes, o Iêmen está atolado em uma das piores crises humanitárias do mundo.
Ao optar pela classificação de "grupo especialmente designado como terrorista em nível global", em vez de "organização terrorista estrangeira", que abarcaria mais sanções e proibiria completamente o comércio, os Estados Unidos querem manter a ajuda humanitária ao Iêmen, completou o funcionário.
"Os huthis devem ser considerados responsáveis por seus atos, mas não às custas dos iemenitas", ressaltou Blinken no comunicado.
O secretário de Estado americano afirmou ainda que os EUA tomarão medidas "para mitigar qualquer impacto negativo" sobre a população e concederão permissões que autorizam determinadas transações, sobretudo para o fornecimento de alimentos, medicamentos e combustível.