Mundo

EUA veta resolução no Conselho de Segurança da ONU que exigia cessar-fogo na Faixa de Gaza

Representante do governo americano argumentou que a suspensão da ação militar permitiria ao Hamas continuar a dominar a região e a planejar novos conflitos

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país (Mohammed Zanoun/Getty Images)

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país (Mohammed Zanoun/Getty Images)

Estadão Conteúdo
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 19h35.

Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 20h12.

Os Estados Unidos vetaram nesta sexta-feira, 8, uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) apoiada por quase todos os outros membros do Conselho de Segurança e muitas outras nações que exigiria um cessar-fogo imediato em Gaza, onde os civis palestinos enfrentam o que o chefe da ONU chama de "pesadelo humanitário".

O vice-embaixador dos EUA na ONU, Robert Wood, criticou o conselho após a votação por não ter condenado o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, no qual os militantes mataram cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, ou por não ter reconhecido o direito de Israel de se defender. Declarou que a suspensão da ação militar permitiria ao Hamas continuar a governar Gaza e "apenas plantar as sementes para a próxima guerra".

"Por essa razão, embora os Estados Unidos apoiem fortemente uma paz duradoura, na qual tanto israelenses como palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato", explicou Wood.

Em um esforço fracassado para pressionar Washington a abandonar sua oposição a um cessar-fogo, os ministros das Relações Exteriores de Arábia Saudita e outras nações árabes importantes, além da Turquia, estiveram em Washington nesta sexta-feira. Mas a reunião com o secretário de Estado, Antony Blinken, estava marcada para ocorrer somente após a votação na ONU.

A campanha militar de mais de dois meses de Israel matou mais de 17,4 mil pessoas em Gaza — 70% delas mulheres e crianças — e feriu mais de 46 mil, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, que afirma que muitas outras estão presas sob os escombros. O ministério não diferencia entre mortes de civis e combatentes.

O conselho convocou a reunião de emergência para ouvir o secretário-geral, António Guterres, que pela primeira vez invocou o Artigo 99 da Carta da ONU, que permite a um chefe da ONU levantar ameaças à paz e segurança internacionais.

Acompanhe tudo sobre:IsraelConflito árabe-israelenseHamasGuerras

Mais de Mundo

Irã nega ter recebido proposta por escrito para acordo nuclear com os EUA após alegação de Trump

China critica tarifas unilaterais e pede multilateralismo na reunião da APEC

Irã se reúne com países europeus para discutir negociações sobre programa nuclear com EUA

Hamas acusa Netanyahu de 'continuar genocídio em Gaza' após novos ataques