EUA: o relatório lembra que a Coreia do Norte exportou mísseis balísticos e materiais associados a vários países, incluindo Irã e Síria. (Stock.xchng)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2013 às 15h18.
Washington - A inteligência americana considera o programa nuclear da Coreia do Norte e o de mísseis uma "séria ameaça" aos Estados Unidos e para a região do leste asiático, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira.
O documento apresentado no Senado pelo Diretor Nacional de Inteligência dos EUA, James Clapper, analisa as ameaças contra interesses americanos no mundo como o terrorismo, os ciberataques e as armas nucleares.
Clapper disse que as capacidades nucleares da Coreia do Norte visam à "dissuasão, ao prestígio internacional e à diplomacia coercitiva" e reconheceu que desconhecem o que motivaria o uso de uma arma nuclear por parte do regime norte-coreano.
Segundo o diretor, embora acreditem que " (a Coreia do Norte) só tentaria utilizar armas nucleares contra forças dos Estados Unidos ou seus aliados para preservar o regime de Kim (Jong-un), não sabemos o que levaria, desde a perspectiva da Coreia do Norte, a atravessar esse umbral".
A análise foi feita depois que a Coreia do Norte ameaçou na semana passada anular o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia (1950-53), após publicar um acordo entre China e EUA na ONU para impor novas sanções à Coreia do Norte por seu teste nuclear de fevereiro.
O relatório lembra que a Coreia do Norte exportou mísseis balísticos e materiais associados a vários países, incluindo Irã e Síria, e ajudou esse último a construir um reator nuclear que foi destruído em 2007.
Apesar de o regime se comprometer nas negociações de seis lados - entre as duas Coreias, Estados Unidos, China, Japão e Rússia - em 2005 e 2007 a não enviar material nuclear, nem tecnologia ou conhecimento, os EUA estão "alertas à possibilidade de que a Coreia do Norte possa exportar tecnologia nuclear".
A Coreia do Norte anunciou em 12 de fevereiro que realizou seu terceiro teste nuclear e que, em dezembro de 2012, conseguiu pôr em órbita um satélite, o que segundo a inteligência americana "demonstra que (o país) está comprometido a desenvolver tecnologia de mísseis de longo alcance que pode significar um perigo direto para os Estados Unidos".