EUA: expectativa é que a taxa de natalidade continue baixa por conta da crise do coronavírus (Sally Anscombe/Getty Images)
AFP
Publicado em 21 de maio de 2020 às 06h39.
Os nascimentos nos Estados Unidos chegaram ao nível mais baixo em três décadas e meia no ano passado, anunciaram nesta quarta-feira (20) funcionários americanos, que destacam parte de uma "redução de bebês" em curso, que não deve melhorar em meio à pandemia do novo coronavírus.
Em 2019 nasceram 3,75 milhões de bebês no país, 1% a menos do que no ano anterior e o menor número desde 1985, segundo o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde (NCHS, na sigla em inglês).
A taxa de natalidade nos Estados Unidos diminuiu principalmente depois da crise de 2008. Os especialistas indicam que os períodos de declínio econômico levam os casais a fazerem uma pausa antes de procriar.
Com mais de 30 milhões de empregos destruídos, pelo menos temporariamente, devido à paralisação das atividades para evitar a propagação da COVID-19, a geração do Milênio, que alcançou a maioridade durante a Grande Recessão e agora está no pico de sua vida reprodutiva, pode atrasar o começo ou a expansão de uma família.
Segundo o informe, as taxas de natalidade em 2019 diminuíram para quase todos os grupos de mulheres menores de 35 anos, mas aumentaram para as de 40 anos. Enquanto isso, a taxa de natalidade para adolescentes de 15 a 19 anos diminuiu 5%.
A redução da taxa de natalidade é oposta à ocorrida nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial, um período no qual os Estados Unidos viveram uma considerável prosperidade econômica.
Os que retornaram da guerra geraram uma explosão de nascimentos, o que deu lugar aos "baby boomers", como são denominados os nascidos entre 1946 e meados da década de 1960.
As novas cifras publicadas nesta quarta-feira representaram o quinto ano desde 2014 de diminuição no número de nascimentos nos Estados Unidos.
Os dados também mostraram que a taxa de fertilidade total, ou o número de nascimentos que uma mulher teria durante a vida, caiu para 1,7.