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EUA temiam intervenção militar de Chávez em Cuba

Segundo documento diplomático, norte-americanos acreditavam que, no caso de um conflito na ilha, Venezuela poderia auxiliar os pró-regime

Documentos comparam Fidel Castro ao presidente venezuelano, Hugo Chávez (Wikimedia Commons)

Documentos comparam Fidel Castro ao presidente venezuelano, Hugo Chávez (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2011 às 09h52.

Madri - Os Estados Unidos temiam uma possível intervenção militar do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, em Cuba, caso a doença ou eventual morte de Fidel Castro provocasse algum tipo de convulsão social na ilha, segundo se depreende de um documento da diplomacia americana divulgado pelo WikiLeaks.

A Embaixada dos EUA em Caracas recomendou ao Departamento de Estado que advertisse Hugo Chávez contra a ideia de atuar em Cuba, segundo uma mensagem enviada a Washington pouco após o anúncio da grave doença de Fidel.

O documento, publicado nesta quinta-feira pelo jornal espanhol "El País", diz: "No caso de que houvesse um conflito civil em Cuba, achamos possível que Chávez consideraria intervir militarmente ao lado dos elementos pró-regime".

"Não está claro - prossegue a mensagem - se a dita intervenção militar seria efetiva, mas a presença, ou apenas ameaça, de uma força venezuelana em Cuba teria importantes implicações para Cuba e para nós".

Os documentos comparam Fidel Castro e Hugo Chávez e dizem que "Chávez é menos hábil no manejo das crises (...) e há exemplos históricos disso: nos eventos de 1992 (a tentativa de golpe contra o Governo de Carlos Andrés Pérez) e 2002 (o golpe frustrado contra Chávez) as evidências demonstram que Chávez perdeu o controle da situação".

Por outro lado, ressalta a mensagem, desde a crise dos mísseis, Fidel demonstrou ser um magnífico gerente de crises.

No caso de que Chávez enfrentasse uma nova crise interna, a diplomacia americana avalia: "poderia sofrer muito com a perda das mãos protetoras de Fidel Castro. Isto, no entanto, poderia ser uma vantagem para nós, em nossos esforços para o retorno da democracia na Venezuela".

No final do mês passado, o WikiLeaks começou a publicar mais de 250 mil documentos diplomáticos dos EUA - através de cinco jornais de prestígio de diferentes países -, muitos deles com revelações incômodas para Washington e seus aliados.

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