Mundo

EUA também culpam Rússia por ataque a ex-espião

O pronunciamento do secretário americano acontece depois que a Casa Branca condenou hoje o ataque

Tillerson: "Temos plena confiança na investigação do Reino Unido", disse (Ben Nelms/Reuters)

Tillerson: "Temos plena confiança na investigação do Reino Unido", disse (Ben Nelms/Reuters)

E

EFE

Publicado em 12 de março de 2018 às 22h17.

Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, disse nesta segunda-feira ter "plena confiança" na conclusão à qual chegou o Reino Unido sobre uma "alta probabilidade" de que a Rússia esteja por trás do ataque ao ex-espião duplo Sergei Skripal.

"Temos plena confiança na investigação do Reino Unido e na sua conclusão de que a Rússia é provavelmente responsável pelo ataque com um agente nervoso que aconteceu na semana passada em Salisbury (Inglaterra)", disse Tillerson em comunicado.

"Da Ucrânia à Síria - e agora no Reino Unido -, a Rússia continua sendo uma força irresponsável de instabilidade no mundo, atuando com um desprezo geral à soberania de outros Estados e à vida de seus cidadãos", acrescentou.

Tillerson conversou hoje por telefone com seu homólogo britânico, Boris Johnson, com quem concluiu que "os responsáveis pelo crime - os que o cometeram e os que o ordenaram - devem enfrentar sérias consequências".

"Não há nunca justificativa alguma para este tipo de ataque, a tentativa de assassinato de um cidadão em território de uma nação soberana. E nos indigna que a Rússia parece ter se envolvido de novo nesse tipo de comportamento", declarou Tillerson.

O pronunciamento do secretário americano acontece depois que a Casa Branca condenou hoje o ataque, mas evitou responsabilizar a Rússia, como fez Tillerson.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou hoje que seu governo considera "altamente provável" que a Rússia esteja por trás do envenenamento de Skripal, e advertiu que o interpretará como um ataque "direto" contra o Reino Unido se confirmar suas suspeitas.

Em um duro discurso no parlamento, a chefe do Executivo britânico garantiu que Moscou deve oferecer uma explicação alternativa "crível", ou dará como certo que o fato responde a um "uso ilegal da força por parte do Estado russo contra o Reino Unido".

As agências de segurança britânica acreditam que Skripal, de 66 anos, e sua filha, Yulia, de 33, ambos em estado crítico, foram expostos a um agente nervoso de natureza militar antes de caírem inconscientes no último dia 4 de março.

Analistas do exército britânico determinaram que a substância, da qual foram encontrados traços em pelo menos um restaurante e um pub de Salisbury, no sul da Inglaterra, é do tipo "Novichok", um agente químico que a Rússia fabricou no passado e que poderia ter a capacidade de continuar produzindo.

A partir dessa evidência, assim como do registro histórico de "assassinatos patrocinados pelo Estado" russo e "a visão da Rússia sobre alguns desertores como alvos legítimos de assassinatos", o governo britânico concluiu que "é altamente provável" que o Kremlin seja "responsável" pelo ataque, disse a primeira-ministra.

Acompanhe tudo sobre:EspionagemEstados Unidos (EUA)Reino UnidoRex TillersonRússia

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'