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EUA: tabelamento proposto por Hillary é alvo de ceticismo

O plano da pré-candidata democrata para controlar os preços dos medicamentos prescritos é alvo de ceticismo entre os participantes da indústria farmacêutica


	Hillary Clinton: especialistas da área descartaram a proposta de Hillary, esboçada em um fórum em Iowa ontem
 (Trevor Collens/AFP)

Hillary Clinton: especialistas da área descartaram a proposta de Hillary, esboçada em um fórum em Iowa ontem (Trevor Collens/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 23h24.

O plano da pré-candidata democrata Hillary Clinton para controlar os preços dos medicamentos prescritos é alvo de ceticismo entre os participantes da indústria farmacêutica.

Em sua maioria, especialistas da área descartaram a proposta de Hillary, esboçada em um fórum em Iowa ontem. Eles apontam que algumas das ideias têm sido repetidamente rejeitadas pelo Congresso dos EUA ao longo dos últimos 20 anos.

O plano de Clinton inclui uma combinação de propostas há muito perseguidas pelos democratas, tais como importações de medicamentos e a permissão que o sistema de seguros de saúde dos EUA negocie preços dos produtos com as empresas. Foi adicionada ainda a exigência de as farmacêuticas investirem uma parte dos lucros em pesquisas, em vez de anúncios de TV e impressos.

O anúncio ocorreu em meio a crescentes preocupações dos consumidores sobre os custos dos medicamentos de prescrição, que cresceram 12,6% em 2014, de acordo com dados do governo federal norte-americano.

Mais de 70% dos americanos acham que os custos dos medicamentos não são razoáveis, sendo favoráveis ao tabelamento dos preços dos remédios que tratam doenças graves, de acordo com uma pesquisa recente da Kaiser Family Foundation.

Mas mesmo com um amplo apoio público, os especialistas do setor dizem que as restrições de preços não são susceptíveis de fazer o seu caminho através do Congresso, que deverá manter-se em mãos republicanas.

"Você tem de olhar para isso como uma declaração retórica, porque estas são propostas que foram rejeitadas rotundamente pelo Congresso diversas vezes", disse Dan Mendelson, presidente da consultoria de saúde Avalere, que serviu na Casa Branca de Clinton na década de 1990.

Outros observadores da indústria disseram que o plano parecia destinada a neutralizar a concorrência do principal rival de Clinton pela indicação democrata, o senador por Vermont Bernir Sanders, que há cerca de um ano participou de um protesto contra os altos preços dos medicamentos.

"Este recurso da esquerda alinhada ao Sanders faz Hillary parecer liberal por alguns minutos", disse Ira Loss, analista do setor farmacêutico com Washington Analysis.

Embora as chances das ideias de Clinton se tornarem lei parecerem baixas, os mercados ainda reagiram negativamente à notícia nesta terça-feira. O índice Nasdaq Biotechnology despencou mais de 3% ontem e cedeu hoje 1,7%.

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