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EUA sofrem críticas por relatório sobre torturas da CIA

Os Estados Unidos enfrentaram críticas da ONU e de governos que são repreendidos, com frequência, por violações aos direitos humanos pelos próprios EUA


	CIA: relatório concluiu que táticas de interrogatório da agência eram ineficazes e muitas vezes brutais
 (Saul Loeb/AFP)

CIA: relatório concluiu que táticas de interrogatório da agência eram ineficazes e muitas vezes brutais (Saul Loeb/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de dezembro de 2014 às 20h20.

Washington - Os Estados Unidos enfrentaram críticas nesta quarta-feira da Organização das Nações Unidas (ONU) e de governos que Washington repreende com frequência por suas violações aos direitos humanos por conta do relatório do Senado norte-americano sobre as técnicas de tortura da Agência Central de Inteligência do país (CIA) na esteira dos atentados de 11 de setembro de 2001.

Alguns aliados dos EUA, que podem passar por constrangimentos ou ser responsabilizados legalmente por qualquer papel nos “interrogatórios intensificados” da CIA durante o governo de George W. Bush, ou repudiaram os métodos da agência ou minimizaram qualquer envolvimento que seus governos possam ter tido neles.

“A prática de tortura da CIA é abominável”, disse o ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Maas, ao jornal alemão Bild. “Nada justifica tais métodos. Todos os envolvidos devem ser legalmente processados”.

O alto comissário das Nações Unidas para Direitos humanos, Zeid Ra'ad Al-Hussein, disse que, de acordo com a Convenção Contra a Tortura, nem mesmo o estado de guerra justifica o método.

Em um comunicado divulgado em Genebra no Dia dos Direitos Humanos, ele afirmou que “a convenção não abre exceções – nem aos próprios torturadores, nem aos formuladores de políticas, nem aos servidores públicos que definem as políticas ou dão as ordens”.

O porta-voz da Casa Branca disse que o Departamento de Justiça dos EUA analisou os interrogatórios e não viu razão para indiciar ninguém.

Durante muito tempo a Polônia negou ter permitido que a inteligência dos EUA usasse um local secreto para interrogatórios, mas nesta quarta-feira o ex-presidente Aleksander Kwasniewski admitiu que seu governo deixou autoridades norte-americanas operarem numa instalação no país.

Mas, quando indagado, em uma coletiva de imprensa, se Varsóvia sabia o que seu aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) estava fazendo, respondeu: “Sobre o que a CIA estava fazendo? Não. Dentro do local, não”.

China, Irã e Coreia do Norte, alvos frequentes por seu histórico nos direitos humanos, questionaram Washington por seus métodos.

"A China tem se oposto de forma persistente à tortura”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Hong Lei, em um informe diário à imprensa. Uma conta do Twitter associada ao líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o relatório mostrou que o governo dos EUA é “um símbolo da tirania contra a humanidade”.

O Ministério das Relações Exteriores norte-coreano acusou a ONU de ignorar “a tortura desumana praticada pela CIA” e ao mesmo tempo se ocupar demais com as práticas de direitos humanos de Pyongyang.

O relatório do Senado concluiu que as táticas de interrogatório da agência eram ineficazes e muitas vezes excessivamente brutais, e autoridades dos EUA temem que o documento incite ataques e ponha em risco as vidas de reféns norte-americanos nas mãos de militantes islâmicos, mas não houve incidentes um dia após a divulgação do relatório.

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