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EUA se preparam para receber veteranos de guerra

Depois em uma década de guerras no Iraque e no Afeganistão, ex-militares se preparam para voltar ao país e lutar contar o desemprego

Soldados americanos andam em fila no Iraque: dificuldades para adaptação na volta (AFP/Getty Images / Joe Raedle)

Soldados americanos andam em fila no Iraque: dificuldades para adaptação na volta (AFP/Getty Images / Joe Raedle)

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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2012 às 12h39.

Washington- A diminuição no efetivo das Forças Armadas dos Estados Unidos, que perderão 100 mil soldados, marcará o fim de uma década de guerras, mas também aumentará o número de jovens veteranos que lutam contra o desemprego e problemas de adaptação no retorno ao lar.

O secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, anunciou que o número de militares do país voltará a ser aproximadamente o que existia antes dos atentados de 11 de setembro de 2001.

O índice de desemprego dessa geração de veteranos foi de 12,1% em 2011, acima da média nacional, que é de 8,7%. Entre os menores de 24 anos que lutaram no Afeganistão e no Iraque, esse número é ainda pior e chegou a 30,2%.

James W. Bass, assessor jurídico do exército no Afeganistão, disse à Agência Efe que sua experiência no país serviu para ele 'amadurecer e conhecer como o mundo funciona de verdade'.

O militar, de 33 anos, era muito jovem, como outros de sua geração, quando o atentado contra as Torres Gêmeas mudou para sempre a política de segurança nacional dos EUA. O fato marcou a vida de dois milhões de soldados, que foram enviados para Iraque e Afeganistão, as operações de guerras americanas mais duradouras depois do Vietnã.

O presidente dos EUA, Barack Obama, afirmou em várias ocasiões que uma de suas prioridades é ajudar que esse grande número de pessoas se adapte à vida civil e consiga trabalhos decentes. Muitos dos soldados viveram experiências traumáticas e têm necessidades especiais.

A lei que concede benefícios fiscais a empresas que contratam ex-militares foi uma das poucas propostas econômicas de Obama aprovada em 2011 com unanimidade por democratas e republicanos e um passo importante para combater o desemprego de veteranos.

'É preciso fazer mais para ajudá-los, mas há medidas em andamento', disse Bass, lembrando da dificuldade para ex-combatentes se conectarem de novo com suas famílias e voltarem a empregos cotidianos.


Empresas como Wal-Mart e Amazon.com estão contratando ex- militares devido a suas experiências em operações logísticas e gestão de equipes, características importantes em suas redes de distribuição.

Outras companhias oferecem promoções a militares na ativa ou veteranos, como Apple e Toyota, que anunciou no Salão do Automóvel de Washington descontos de US$ 1 mil para soldados.

Por outro lado, organizações sem fins lucrativos como a Veteranos do Iraque e Afeganistão (IAVA) ajudam homens e mulheres na faixa dos 20 e dos 30 anos a retornar para suas vidas e compartilhar suas experiências.

'A experiência em combate te permite crescer, aprender lições e conhecer coisas que não se leem nos jornais ou te contam nos filmes', afirma Bass, que se sente orgulhoso de seu trabalho no Afeganistão.

Um anúncio da IAVA na televisão ilustra com imagens o que muitos sentem ao chegar em casa: um jovem soldado aterrissa com seu uniforme de campanha num aeroporto deserto e percorre uma cidade abandonada, que só é povoada e recupera sua normalidade quando uma pessoa fala com ele e lhe dá as boas-vindas.

'É agradável e ao mesmo tempo estranho quando um estranho se aproxima na rua e te agradece pelo seu trabalho como militar e tem uma ideia do que passamos', explicou Bass. 

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