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EUA se mantêm firmes em exigências sobre embaixada em Cuba

Os americanos continuam firmes em suas exigências de que a futura embaixada em Cuba opere de forma similar às que mantêm em países como Rússia e China


	Bandeiras de Cuba (E) e Estados Unidos: os EUA exigem para seus diplomatas uma liberdade de movimentos semelhante a que têm na Rússia, China e Vietnã
 (Enrique De La Osa/Reuters)

Bandeiras de Cuba (E) e Estados Unidos: os EUA exigem para seus diplomatas uma liberdade de movimentos semelhante a que têm na Rússia, China e Vietnã (Enrique De La Osa/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2015 às 18h15.

Washington - Os Estados Unidos mantiveram firmes nesta quarta-feira suas exigências de que sua futura embaixada em Havana opere de forma similar às que têm em países como Rússia e China, e que possam entabular ainda mais contatos com cubanos, inclusive os dissidentes, um dia antes de receber uma nova rodada de negociação com Cuba.

A secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, que lidera a negociação americana para restabelecer as relações diplomáticas com Cuba, falou sobre o assunto no Senado americano um dia antes da quarta rodada de conversas, que será realizada nesta quinta-feira em Washington.

"Embora tenhamos feito avanços para restabelecer as relações diplomáticas, ainda não chegamos lá. Ainda há assuntos pendentes que devem ser resolvidos", disse Jacobson na audiência perante o Comitê de Relações do Senado.

As duas partes se mostraram otimistas perante a nova rodada, mas ainda há divergências: os EUA exigem para seus diplomatas uma liberdade de movimentos semelhante a que têm na Rússia, China e Vietnã, enquanto Cuba quer garantias de que não aproveitarão essa situação para estabelecer contatos com dissidentes.

Em relação a esse último ponto, Jacobson assegurou hoje que a relação que o Escritório de Interesses americano em Havana mantém "com a mais ampla gama" de cubanos "aumentará uma vez que se estabeleçam relações diplomáticas com Cuba".

Além disso, Jacobson assegurou que os Estados Unidos querem "ter uma embaixada na qual os diplomatas possam sair, viajar, ver o país e falar com as pessoas", assim como receber e enviar pacotes.

"Vamos garantir que a embaixada se ajuste à forma como operamos em outros países que são entornos restritivos", acrescentou.

A funcionária disse que, nesses países, os diplomatas dos EUA têm permissões de viagem que oscilam "entre 24 horas e 10 dias", e que sua equipe fará "todo o possível" para que seu acordo com Cuba implique nas menores restrições de movimento possíveis.

O senador democrata Robert Menéndez, de origem cubana e um dos mais críticos à política de abertura com a ilha, perguntou na audiência se os EUA exigirão que Cuba elimine o cordão policial que cerca seu Escritório de Interesses, e que, segundo disse, pode "intimidar" dissidentes que queiram se aproximar do local.

Jacobson se limitou a indicar que seu governo não abrirá uma embaixada "a não ser que acreditemos que a segurança fora da embaixada é apropriada para proteger a instalação, mas também permite dar as boas-vindas aos cubanos de todo o país, como em outros países".

O presidente de Cuba, Raúl Castro, também expressou na semana passada sua preocupação com as "aulas" que o Escritório de Interesses dos EUA em Havana oferece a "jornalistas independentes".

A esse respeito, uma alta funcionária americana, que pediu anonimato, disse na terça-feira que os programas dos EUA de apoio à democracia em Cuba "mudaram" desde seu início em 1996 e "seguirão mudando com o tempo para refletir a realidade".

No entanto, não detalhou se os Estados Unidos estão abertos a mudar esses programas como parte da negociação com Cuba para a normalização de relações diplomáticas.

A reunião desta quinta-feira no Departamento de Estado é o primeiro encontro bilateral de alto nível desde a reunião entre os presidentes Barack Obama e Raúl Castro durante a Cúpula das Américas de abril no Panamá.

O governo cubano disse na segunda-feira que há um "contexto apropriado" para a reunião devido à "justa decisão" de Obama de tirar Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado.

Jacobson voltou a pedir hoje ao Congresso o fim do embargo comercial a Cuba, ao mesmo tempo em que defendeu que as novas regulações impulsionadas por Obama já estão tendo efeitos no setor privado da ilha e estão "jogando por terra" a ideia de que "os EUA são o responsável pelas desvantagens econômicas do povo cubano".

Por sua parte, o senador republicano Marco Rubio, também de origem cubana, condenou na audiência o plano de Obama para facilitar a viagem dos americanos a Cuba, por considerar que muitas de suas despesas turísticas alimentarão os cofres estatais cubanos.

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