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EUA revela complô do Irã para matar ex-assessor de segurança de Donald Trump

O Departamento de Justiça disse em um comunicado que Shahram Poursafi, de 45 anos, também conhecido como Mehdi Rezayi, ofereceu 300 mil dólares a uma pessoa nos Estados Unidos para matar John Bolton

Bolton, um dos principais "falcões" da política externa dos EUA e forte crítico do Irã (AFP/AFP)

Bolton, um dos principais "falcões" da política externa dos EUA e forte crítico do Irã (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 10 de agosto de 2022 às 16h11.

Os Estados Unidos revelaram nesta quarta-feira, 10, um plano iraniano para matar John Bolton, ex-conselheiro de segurança nacional de Donald Trump, e anunciaram acusações contra um membro da Guarda Revolucionária Islâmica.

O Departamento de Justiça disse em um comunicado que Shahram Poursafi, de 45 anos, também conhecido como Mehdi Rezayi, ofereceu 300 mil dólares a uma pessoa nos Estados Unidos para matar Bolton, também ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas durante o governo de George W. Bush.

O plano aparentemente buscava vingar a morte de Qasem Soleimani, uma figura proeminente e comandante da Guarda, morto em janeiro de 2020 no Iraque em um ataque americano.

A trama foi revelada às autoridades pela pessoa que deveria matar Bolton, cuja identidade não foi divulgada.

De acordo com o comunicado de imprensa, entre outubro de 2021 e abril de 2022, Poursafi entrou em contato com essa pessoa por meio de mensagens criptografadas, instruindo-a a localizar, fotografar e depois matar Bolton.

Ele ordenou que a pessoa abrisse uma conta em criptomoedas e depois lhe deu o endereço de Bolton, a fim de colocar o plano em prática antes do primeiro aniversário da morte de Soleimani.

O poderoso general iraniano, o arquiteto da estratégia do Irã no Oriente Médio, era o chefe da Força Quds, a unidade encarregada das operações estrangeiras dentro da Guarda Revolucionária. Ele foi morto em 3 de janeiro de 2020 em um ataque de drone em Bagdá.

Após a data do primeiro aniversário, Poursafi continuou a pressionar a fonte para matar Bolton, prometendo outro contrato de um milhão de dólares se a operação fosse bem-sucedida.

O Federal Bureau of Investigation (FBI, polícia federal) publicou um mandado de prisão para Poursafi com várias fotos, duas das quais vestindo o uniforme da Guarda Revolucionária.

"Durante suas trocas, a fonte confidencial repetidamente se referiu a Poursafi como ligado à Força Quds. Poursafi nunca negou isso", disse a justiça americana.

Se for preso, o que é improvável, já que parece estar no Irã, Poursafi pode pegar até 25 anos de prisão nos Estados Unidos.

"Inimigos dos Estados Unidos"

Em um comunicado, Bolton agradeceu ao Departamento de Justiça e ao FBI e criticou os membros do governo do Irã como "mentirosos, terroristas e inimigos dos Estados Unidos". Além disso, pediu ao presidente Joe Biden que não restaure o acordo nuclear.

A acusação contra Poursafi ocorre no momento em que o Irã avalia um acordo internacional proposto nas negociações de Viena para reviver o pacto de 2015 que busca impedir que Teerã desenvolva armas nucleares.

Durante meses, Teerã arrastou as negociações, exigindo que os Estados Unidos retirassem a Guarda Revolucionária de sua lista de organizações que patrocinam o terrorismo.

"Esta não é a primeira vez que descobrimos planos iranianos para vingar pessoas em solo americano e trabalharemos incansavelmente para expor e interromper cada um desses esforços", disse o vice-procurador-geral dos EUA, Matthew Olsen.

Bolton, um dos principais "falcões" da política externa dos EUA e forte crítico do Irã, foi conselheiro de segurança nacional na Casa Branca de abril de 2018 a setembro de 2019.  Entre 2005 e 2006 foi embaixador na ONU.

Documentos da justiça indicam que Bolton estava ciente da trama e cooperou com os investigadores, permitindo que Poursafi recebesse fotos dele do lado de fora de seu escritório em Washington.

Outro funcionário que se acredita estar na lista de alvos de Teerã era Mike Pompeo, secretário de Estado quando Soleimani foi assassinado.

Na época, Pompeo, que já havia sido diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), disse que Soleimani planejava ataques em larga escala a alvos dos EUA, como embaixadas.

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