Mundo

EUA retiram sanções contra general venezuelano que rompeu com Maduro

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, afirmou que enviará em junho um navio-hospital ao Caribe devido à crise na Venezuela

Venezuela: Maduro nomeou outro general, Gustavo González López, como diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) (Miraflores Palace/Reuters)

Venezuela: Maduro nomeou outro general, Gustavo González López, como diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) (Miraflores Palace/Reuters)

E

EFE

Publicado em 7 de maio de 2019 às 19h06.

Washington — O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, anunciou nesta terça-feira a retirada das sanções contra o general venezuelano Manuel Cristopher Figuera, que, segundo Washington, rompeu com o chavismo, e antecipou que o Pentágono enviará em junho um navio-hospital ao Caribe devido à crise na Venezuela.

"Hoje anuncio que os Estados Unidos estão retirando todas as sanções ao general Manuel Ricardo Cristopher Figuera com efeito imediato", disse Pence durante um discurso na Conferência das Américas, realizada anualmente na sede do Departamento de Estado em Washington.

Pence disse confiar que esse anúncio "incentive outros militares venezuelanos a seguir o exemplo do general", e prometeu que os EUA "considerarão um alívio de sanções contra todos aqueles que decidam defender a Constituição e apoiar o Estado de Direito", o que na visão do governo americano significa uma ruptura com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

Até a última terça-feira, o general Figuera era o diretor do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin), mas, após a tentativa de levante militar organizada pela oposição venezuelana naquele dia, Maduro nomeou outro general, Gustavo González López, como líder dessa agência.

Maduro não explicou então por que efetuava essa mudança, mas em Caracas se espalhavam rumores de que Figuera tinha se unido ao líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela por mais de 50 países.

Em comunicado, o Departamento do Tesouro dos EUA corroborou a retirada das sanções que impôs em fevereiro sobre Figuera, que congelavam seus ativos sob jurisdição americana, e descreveu a medida como uma "demonstração de boa fé" de Washington.

Pence, por sua vez, ameaçou sancionar todos os juízes do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano. Em 2017, os EUA castigaram oito magistrados dessa corte, inclusive seu presidente, Maikel Moreno, e agora planeja estender essas restrições aos demais integrantes dessa máxima instância judicial.

"Se o Tribunal Supremo da Venezuela não voltar a cumprir a determinação constitucional de respeitar o Estado de Direito, os Estados Unidos farão com que os 25 magistrados que o compõem prestem contas", alertou o vice-presidente americano.

Pence denunciou também o apoio de Irã e Rússia a Maduro, mas dirigiu suas críticas mais duras a Cuba, ao considerar que "o povo da Venezuela é vítima de duas ditaduras".

"O povo da Venezuela é basicamente refém de Cuba", ressaltou.

O vice-presidente anunciou, além disso, que a Marinha dos EUA enviará em junho seu navio-hospital USNS Comfort para uma missão de cinco meses por Caribe, América Central e América do Sul, a fim de "proporcionar assistência médica às comunidades que precisem" diante da crise humanitária na Venezuela.

Esta é a segunda viagem à região do USNS Comfort nos últimos seis meses e a sétima desde 2007, segundo um comunicado da Marinha, que indicou que a missão servirá para "aliviar a pressão sobre os sistemas médicos dos países que recebem venezuelanos que fugiram da crise no país".

O USNS Comfort conta com mais de mil macas, 12 salas de cirurgia, serviços radiológicos digitais, laboratório, farmácia e um banco de sangue, assim como com um heliporto para aeronaves de grande porte, e em sua última missão levou uma tripulação de mais de 200 médicos e técnicos.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)MilitaresNicolás MaduroSançõesVenezuela

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado