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EUA registraram 273 tiroteios em massa em 275 dias

Até agora, EUA observaram 46.510 incidentes com armas de fogo (169,74 por dia). Tiroteio em Las Vegas é o maior tiroteio em massa da história do país

Tiroteio em festival de música em Las Vegas, nos EUA, é o maior da história americana (David Becker/Getty Images)

Tiroteio em festival de música em Las Vegas, nos EUA, é o maior da história americana (David Becker/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 11h59.

Última atualização em 3 de outubro de 2017 às 12h02.

São Paulo – Os Estados Unidos vivenciaram ao menos 273 tiroteios em massa em 275 dias. Os números chocantes são resultado de um levantamento conduzido pelo grupo de pesquisa Gun Violence Archive, que monitora esses incidentes desde 2013 e mantém registros atualizados com base em dados de autoridades americanas.

São definidos como “tiroteio em massa” os episódios em que quatro ou mais pessoas são feridas ou mortas por disparos realizados em um mesmo evento, na mesma hora e local, sem contabilizar o atirador.

Ainda de acordo com a organização, os primeiros nove meses desse ano observaram 46.510 incidentes com armas de fogo (169,74 por dia) e o número de mortes é de 11.686, enquanto o de feridos é de 23.717. No ano passado, o total de tiroteios em massa foi de 383 e as mortes por armas de fogo chegaram em 15.079.

O tiroteio em Las Vegas, cuja autoria tem como principal suspeito o americano Stephen Paddock, deixou 59 mortos e 527 feridos até o momento e se tornou o massacre a tiros mais violento da história dos EUA. Até então, esse posto era ocupado pelo incidente na boate Pulse, em Orlando (Flórida), no qual 49 pessoas morreram.

As investigações tentam agora montar o quebra-cabeça para explicar o ataque que chocou, ainda, a família de Paddock, que tampouco disse conseguir explicar o que poderia ter acontecido. Embora o grupo extremista Estado Islâmico tenha reivindicado a autoria do tiroteio, o FBI rechaçou essa hipótese.

Fato é que o episódio reacendeu os debates sobre regulações para o comércio de armas de fogo no país, um problema que Barack Obama não conseguiu resolver durante a sua presidência e que promete atormentar o presidente americano Donald Trump, que teve a poderosa Associação Nacional do Rifle (NRA), organização que é uma defensora ferrenha do direito de posse de armas de fogo, ao seu lado durante a corrida eleitoral de 2016.

Embora em um primeiro momento Trump tenha deixado de mencionar a discussão em torno desse assunto, o presidente nesta terça-feira parece ter recuado ao dizer que as leis sobre armas serão discutidas “com o passar do tempo”.

 

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