Imigrantes ilegais atravessam fronteira entre os EUA e o México: para especialistas, Obama pode perder o apoio da comunidade latina que representa um sexto da população americana (John Moore/AFP/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2011 às 07h50.
Brasília – O governo dos Estados Unidos deportou 396.906 imigrantes ilegais no ano fiscal encerrado em 30 de setembro, o maior número já registrado, segundo dados do Departamento de Segurança Interna. De acordo com o governo, 55% dos deportados no ano fiscal de 2011 tinham sido condenados por crimes (1.119 por homicídio, 5.848 por crimes sexuais, 44.653 por delitos relacionados a drogas e 35.927 por dirigir sob a influência de álcool ou drogas).
O número de deportações nos Estados Unidos cresceu gradualmente na última década. No ano passado, 392.862 imigrantes ilegais foram forçados a deixar o país. A divulgação dos novos dados, porém, voltou a provocar críticas ao presidente norte-americano, Barack Obama, que desde o início de seu governo registra um número de deportações bem maior do que o de seu antecessor, o republicano George W. Bush.
"No total, esse governo já deportou quase 1,2 milhão de pessoas, deixando um rastro de devastação nas comunidades latinas pelo país", disse a conselheira da organização de defesa dos direitos civis União Americana pelas Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês), Joanne Lin.
A política do governo de dar prioridade à deportação de criminosos condenados também foi criticada por alguns republicanos, por supostamente indicar maior tolerância a imigrantes ilegais que não cometeram crimes. De acordo com as organizações não governamentais, quando Obama assumiu o poder, o percentual de condenados por crimes entre o total de deportados era bem menor, 31%.
Em 2008, Obama foi eleito com grande apoio da comunidade de origem latina, que representa cerca de um sexto da população americana. Para analistas, Obama pode perder esse apoio por causa do descontentamento com a demora do governo em implementar a prometida reforma nas leis de imigração do país, que acabou adiada por conta da crise econômica e diante da forte resistência do Partido Republicano.
Com uma população de 12 milhões de imigrantes ilegais nos Estados Unidos, Obama é criticado tanto por setores contrários à imigração ilegal quanto por aqueles que defendem os imigrantes. Os defensores cobram mais ação do governo para permitir a legalização dos imigrantes que já estão no país. Os opositores afirmam que a Casa Branca não age com o rigor necessário para impedir a entrada de novos ilegais. Com informações da BBC Brasil.