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EUA registram 1º caso de Ebola contraído dentro do país

Funcionária do Texas Health Presbyterian Hospital contraiu Ebola depois de atender um paciente liberiano que morreu da doença

Homem caminha próximo a mural que mostra os sintomas do Ebola em Monrovia, na Libéria (Reuters/James Giahyue)

Homem caminha próximo a mural que mostra os sintomas do Ebola em Monrovia, na Libéria (Reuters/James Giahyue)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2014 às 17h54.

Dallas - Uma profissional de saúde do Texas contraiu Ebola depois de prestar assistência a um liberiano que morreu da doença num hospital em Dallas na semana passada, elevando preocupações sobre como procedimentos médicos nos Estados Unidos destinados a impedir a propagação da doença foram violados.

A funcionária infectada, uma mulher cuja identidade não foi revelada pelas autoridades neste domingo, deve ser a primeira pessoa a contrair a doença nos EUA.

Autoridades de saúde disseram que a funcionária do Texas Health Presbyterian Hospital estava usando equipamento de proteção ao tratar de Thomas Eric Duncan. Duncan era um liberiano que morreu na quarta-feira depois de ter sido exposto ao Ebola em seu país natal e ter desenvolvido a doença enquanto visitava os EUA.

O surto na África Ocidental, o pior já registrado de Ebola, matou mais de 4.000 pessoas, a maioria na Libéria, Serra Leoa e Guiné.

O novo caso no Texas indicou um lapso profissional que pode ter causado a infecção de outros profissionais de saúde no hospital, disse o diretor dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). "Nós não sabemos o que ocorreu no cuidado do paciente original em Dallas, mas em algum momento houve uma quebra no protocolo, e essa violação de protocolo resultou nesta infecção", disse o diretor do CDC Dr. Thomas Frieden em entrevista coletiva. "Estamos avaliando outras exposições potenciais de trabalhadores de saúde, porque se essa pessoa foi exposta, é possível que outros indivíduos foram expostos", disse ele.

A funcionária estava em contato próximo com Duncan e testes iniciais mostram que o nível de vírus em seu sistema é baixo. O CDC irá realizar um teste secundário para confirmar os resultados de um laboratório em Austin que mostrou a infecção Ebola, disse ele. "Infelizmente, é possível que nos próximos dias venhamos a ver novos casos de Ebola", disse ele.

Frieden disse que uma pessoa pode ter tido contato com a profissional de saúde infectada quando podia ser possível transmitir a doença, e que a pessoa está sendo monitorada.

Frieden disse que a intubação de Duncan e o uso de uma máquina de diálise - medidas tomadas ao tentar salvar sua vida - são procedimentos de alto risco para a transmissão do vírus. Duncan morreu em uma ala de isolamento em 8 de outubro, 11 dias depois de ser admitido. Mais de 50 pessoas trataram do seu caso.

O hospital disse que estava descontaminando a unidade de isolamento enquanto as autoridades de saúde disseram que o corpo de Duncan tinha sido cremado.

Medidas de prevenção

Notícias sobre o segundo paciente com Ebola em Dallas foram divulgadas enquanto autoridades dos Estados Unidos intensificaram os esforços para impedir a propagação do vírus.

O aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, no sábado, começou a triagem de viajantes provenientes dos três países do oeste africano mais atingidos. A Libéria é o país mais afetado pelo vírus, com 2.316 vítimas, seguido de 930 em Serra Leoa, 778 na Guiné, oito na Nigéria e um nos Estados Unidos, informou a Organização Mundial de Saúde na sexta-feira.

Cerca de 4.033 pessoas morreram em sete países do surto. O Ebola é transmitido por meio do contato com fluidos corporais de uma pessoa afetada ou pela contaminação de objetos como agulhas. As pessoas não são contagiosas antes que os sintomas como febre se desenvolvam.

A ONU afirmou na sexta-feira que o seu apelo por 1 bilhão de dólares para responder ao surto na áfrica ocidental foi financiado em apenas 25 por cento.

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