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EUA recuperam restos de balão chinês derrubado no mar

Uma embarcação da Marinha americana inspeciona a área onde caíram os restos do balão, que tinha cerca de 60 metros de altura e transportava uma espécie de cesta de mais de uma tonelada

Espionagem: O ocorrido não parece ter surpreendido Joe Biden (Anadolu Agency/Getty Images)

Espionagem: O ocorrido não parece ter surpreendido Joe Biden (Anadolu Agency/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de fevereiro de 2023 às 15h06.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2023 às 15h15.

Os Estados Unidos recuperaram os primeiros restos do balão chinês acusado por Washington de realizar atividades de espionagem. O governo dos Estados Unidos descartou devolvê-los à China. O episódio se dá em meio à controvérsia ligada a um suposto balão espião da China que o Pentágono detectou sobrevoando o território americano dois dias atrás.

As equipes mobilizadas na costa da Carolina do Sul "resgataram alguns detritos da superfície do mar", informou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, acrescentando que as condições meteorológicas não permitiram realizar operações submarinas para um resgate maior. Segundo Kirby, os Estados Unidos "não têm intenção ou planos de devolver" os restos às autoridades chinesas.

Uma embarcação da Marinha americana inspeciona a área onde caíram os restos do balão, que tinha cerca de 60 metros de altura e transportava uma espécie de cesta de mais de uma tonelada, disse o general Glen VanHerck, chefe do Comando de Defesa Aeroespacial da América do Norte (Norad).

Republicanos criticam o democrata Joe Biden por ter, segundo eles, demorado para derrubar o dispositivo. John Kirby explicou que o atraso se deveu ao fato de que era uma ocasião para examinar o balão, e que espera que os restos tragam mais informações.

Kirby afirmou que os Estados Unidos tomaram "medidas para minimizar a capacidade de coletar (dados) sobre nossos sítios militares sensíveis que o balão teria tido".

Segundo o porta-voz, o governo "entrou em contato com funcionários importantes da administração anterior" para obter informações sobre os sobrevoos de balões chineses que aconteceram durante o governo de Donald Trump.

O ocorrido não parece ter surpreendido Joe Biden. "A questão do balão e a tentativa de espionagem dos Estados Unidos é algo que se espera da China", declarou, especificando que "não se trata de confiar na China, e sim de decidir em que podemos trabalhar juntos e em que divergimos".

Balões chineses sobrevoaram o território americano em três ocasiões, por breves períodos, durante a presidência de Trump, e uma vez, também brevemente, no começo do mandato de Joe Biden, afirma o Pentágono.

Desde que o balão foi derrubado, os Estados Unidos estiveram em contato com autoridades chinesas, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, mas não falou-se em remarcar a viagem à China do chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, adiada devido ao incidente.

O governo Biden também está em contato com aliados para atualizá-los sobre o que sabe em relação ao balão.

Reação da China

A China disse nesta terça-feira que vai "salvaguardar resolutamente seus direitos e interesses legítimos" sobre o abate do balão pelos Estados Unidos, à medida que as relações entre os dois países se deterioram ainda mais.

A China afirma que era um balão civil usado para pesquisa meteorológica, mas se recusou a dizer a qual departamento ou empresa do governo pertence. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, reiterou nesta terça que o "dirigível não tripulado" não representava nenhuma ameaça e entrou no espaço aéreo dos EUA acidentalmente. (Com agências internacionais).

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