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EUA reconhecem na ONU ter "cruzado limite" no uso de tortura

Após a eleição do presidente Obama, Washington admitiu que a "guerra ao terror" iniciada por seu antecessor levou a cometer abusos

Representante legal do governo americano, Mary McLeod (à esquerda) representante americano no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas Keith M. Harper são vistos em uma sessão do Comitê da ONU (Fabrice Coffrini/AFP)

Representante legal do governo americano, Mary McLeod (à esquerda) representante americano no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas Keith M. Harper são vistos em uma sessão do Comitê da ONU (Fabrice Coffrini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 15h48.

Genebra - Os Estados Unidos reconheceram nesta quarta-feira ante o comitê da ONU contra a tortura que "cruzou o limite" no tratamento de seus prisioneiros nos anos após os atentados de 11 de setembro de 2001.

"A América está orgulhosa de seu papel no respeito, na promoção e defesa dos direitos humanos e do Estado de Direito, tanto em seu país quanto em todo o mundo", declarou a representante legal do governo americano, Mary McLeod, aos dez membros do Comitê contra a Tortura, em Genebra.

"Mas após os ataques de 11 de Setembro, infelizmente, nem sempre respeitamos os nossos valores", disse. "Cruzamos o limite e assumimos a nossa responsabilidade", acrescentou, citando as palavras do presidente Barack Obama.

McLeod faz parte de uma delegação de altos funcionários americanos que estão em Genebra para responder às perguntas da comissão, que examina o caso dos Estados Unidos pela primeira vez desde 2006.

Após a eleição do presidente Obama, Washington admitiu que a "guerra ao terror" iniciada por seu antecessor, o presidente George W. Bush, levou a cometer abusos.

"Reconhecemos que nenhuma nação é perfeita e a nossa tampouco", disse Keith Harper, embaixador americano no Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Os membros do comitê também questionaram a delegação o motivo de a prisão de Guantánamo permanecer em funcionamento.

Eles também denunciaram a falta de compensação às vítimas dos abusos cometidos no início dos anos 2000 por soldados americanos na prisão de Abu Ghraib, no Iraque.

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