González Urrutia: opositor venezuelano recebe apoio dos Estados Unidos contra Maduro (Agence France-Presse/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 23 de janeiro de 2025 às 12h39.
O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, conversou nesta quarta-feira, 22, “com o presidente legítimo da Venezuela, Edmundo González, e a líder da oposição María Corina Machado”, segundo informou Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado americano.
Dois dias após a posse do presidente Donald Trump, Rubio oficializou o apoio do novo governo americano a González Urrutia. O opositor denuncia que a reeleição do governante chavista Nicolás Maduro foi fraudulenta e afirma ter vencido as eleições.
Rubio elogiou “a coragem do povo venezuelano diante da repressão perpetrada por Maduro e seus comparsas” e reafirmou o compromisso de Washington com a “restauração da democracia na Venezuela” e com a “libertação incondicional de todos os presos políticos”.
Após a reunião, González, que esteve presente na cerimônia de posse de Trump, agradeceu o apoio do novo secretário de Estado. Ele afirmou que a conversa “mostra a prioridade que a Venezuela tem em sua agenda” e destacou que o respaldo americano é “um impulso crucial” para sua causa, em declaração publicada na rede social X.
Corina Machado também se manifestou, declarando que os venezuelanos sabem que “contam com aliados estratégicos” e reforçando a importância do apoio internacional.
A oposição venezuelana enfrenta um cenário desafiador, com acusações contra Maduro por violações dos direitos humanos, além de sua proximidade com países como Rússia e Irã.
A volta de Trump à Casa Branca marca uma reaproximação agressiva com o tema da Venezuela. Na sabatina para sua confirmação no Senado, Marco Rubio declarou que o país sul-americano é gerido por “uma organização de narcotráfico que se empoderou como um Estado-nação” e criticou as negociações realizadas pelo governo do ex-presidente Joe Biden com o regime chavista.
Durante a gestão Biden, foi oferecida uma recompensa de US$ 25 milhões (cerca de R$ 150 milhões) por Maduro, sob acusações de “narcotráfico” e “corrupção”. Porém, Rubio classificou as licenças concedidas a empresas como a americana Chevron, que opera na Venezuela, como um erro.
“Empresas como a Chevron estão aportando bilhões de dólares aos cofres do regime. Tudo isso precisa ser reexplorado”, declarou Rubio.
Em 2019, durante o primeiro mandato de Trump, os EUA anunciaram o reconhecimento de Juan Guaidó, então presidente da Assembleia Nacional, como presidente interino da Venezuela. No entanto, o governo provisório foi dissolvido pela própria oposição em 2023, após perder relevância política.
O cenário atual evidencia a continuidade de uma política firme dos EUA contra Maduro, enquanto González Urrutia tenta consolidar seu apoio dentro e fora da Venezuela.