Soldados na Tailândia: nova junta militar da Tailândia assumiu hoje formalmente o poder, tomado ontem em um golpe de Estado (Athit Perawongmetha/Reuters)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 22h09.
Washington - O Departamento de Estado dos EUA emitiu nesta sexta-feira um alerta de viagem que recomenda que cidadãos americanos evitem qualquer deslocamento que não seja estritamente necessário à Tailândia, especialmente para a capital, Bangcoc, devido ao golpe de Estado declarado esta semana.
O alerta de viagem, que substituiu o emitido em 16 de maio e que expira em 21 de agosto, estende a recomendação aos funcionários do governo que tenham cogitado ir ao país asiático por motivos que não sejam de primeira necessidade.
A nova junta militar da Tailândia assumiu hoje formalmente o poder, tomado ontem em um golpe de Estado, após nomear o chefe do exército como primeiro-ministro, citar dezenas de políticos e apertar o controle sobre a imprensa, apesar da condenação da comunidade internacional.
O Conselho para a Manutenção da Ordem e da Paz Nacional, o nome oficial da junta, também proibiu 155 personalidades de saírem do país, incluídos na lista membros do governo deposto.
A intervenção militar aconteceu após oito meses de protestos contra o governo, que deixaram 28 mortos e mais de 800 feridos.
Menos de 24 horas depois do golpe de Estado, o 12º da Tailândia democrática, os acampamentos dos manifestantes contra e pró-governo em Bangcoc foram desfeitos e seus ocupantes voltaram para casa.
A Constituição foi suspensa, salvo algumas disposições, o toque de recolher foi decretado entre dez da noite e cinco da manhã, as reuniões públicas com mais de cinco pessoas foram proibidas e a imprensa foi censurada, com o fechamento de canais de televisão e a ameaça de prisão para quem provocar agitação.
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse que "não há justificativa para este golpe de Estado", e reivindicou a imediata restauração do governo civil. Ele antecipou que este fato "terá implicações negativas" na relação bilateral.
A ONU, a União Europeia e outros países também expressaram preocupação com o caminho adotado pela Tailândia.