Mundo

EUA receberam e-mails que apontavam autoria de ataque

O grupo islâmico extremista Ansar al Sharia teria reivindicado a autoria do ataque, no qual morreram o embaixador americano na Líbia e outros três funcionários


	Carros são queimados em ataque ao consulado americano em Benghazi, Líbia, em 11 de setembro de 2012
 (AFP)

Carros são queimados em ataque ao consulado americano em Benghazi, Líbia, em 11 de setembro de 2012 (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 19h47.

Washington - O Departamento de Estado e o FBI receberam e-mails, apenas duas horas depois do atentado contra o consulado americano em Benghazi, afirmando que a organização Ansar al Sharia seria responsável pelo ataque, afirmou nesta quarta-feira a imprensa americana.

Nos e-mails, enviados a vários organismos de segurança dos EUA e à Casa Branca, se especificava que o grupo islâmico extremista Ansar al Sharia teria reivindicado a responsabilidade do ataque, no qual morreram o embaixador americano na Líbia e outros três funcionários.

A explicação do ocorrido em Benghazi gerou uma troca de acusações entre republicanos e democratas na reta final da campanha eleitoral, depois que a Administração do presidente Barack Obama afirmou, em um primeiro momento, que o ataque tinha sido resultado dos protestos espontâneos após a divulgação na internet de um filme anti-Islã feito nos EUA.

No entanto, altos funcionários do governo americano reconheceram posteriormente que o ataque tinha sido planejado e não tinha nada a ver com os protestos pelo vídeo, que se estenderam pelo mundo muçulmano.

Após a nova revelação, os senadores republicanos John McCain, Lindsey Graham e Kelly Ayotte enviaram hoje uma carta ao presidente Obama na qual expressam sua "profunda preocupação".

"Esta última informação se soma à confusão que cerca o que o senhor e sua administração conheciam sobre os ataques em Benghazi, quando o conheceram, e por que responderam aos trágicos fatos da forma como fizeram", disseram na carta.


O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, diminuiu a importância dos e-mails e afirmou que chegaram muitas informações após o ataque em Benghazi.

"Havia uma grande variedade de informações que estavam chegando naquele momento. A questão é que os serviços secretos se dedicam na avaliação dessas informações e no julgamento do que aconteceu e quem são os responsáveis", disse Carney aos jornalistas que o acompanham no avião presidencial rumo a um evento da campanha eleitoral democrata em Iowa.

"O e-mail do qual se referem os senhores era uma fonte aberta, um e-mail não classificado que se referia a uma afirmação feita nas redes sociais e da qual todo mundo pôde ter acesso de maneira instantânea", acrescentou.

Por último, reiterou que as primeiras avaliações sobre o ocorrido eram "preliminares" e foi divulgado "que existia uma investigação em andamento e que, assim que tivéssemos mais detalhes, os divulgaríamos aos cidadãos".

Por outro lado, a secretária de Estado Hillary Clinton, comentou também sobre estas informações, mas as chamou de "manipulações".

"Já disse e voltarei a fazê-lo: ninguém quer saber mais do que eu o que ocorreu em Benghazi", disse Hillary aos jornalistas depois de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota.

"O conselho independente que analisa o ocorrido está em pleno trabalho, não manipulando uma história aqui e um documento ali, mas olhando para todas as informações, que é o enfoque que recomendo para algo tão complexo como um ataque como este", afirmou. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaConsulEstados Unidos (EUA)FBILíbiaPaíses ricos

Mais de Mundo

Polícia faz detonação controlada de pacote suspeito perto da Embaixada dos EUA em Londres

Quem é Pam Bondi indicada por Trump para chefiar Departamento de Justiça após desistência de Gaetz

Na China, diminuição da população coloca em risco plano ambicioso para trem-bala

Rússia diz ter certeza de que os EUA 'compreenderam' a mensagem após ataque com míssil