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EUA querem reparar em 2014 a relação com o Brasil

Segundo funcionária do Departamento de Estado, governo de Barack Obama se esforçará para reparar relação prejudicada por espionagem


	Manifestantes pedem à Dilma Rousseff que conceda asilo permanente para o ex-técnico da NSA Edward Snowden
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Manifestantes pedem à Dilma Rousseff que conceda asilo permanente para o ex-técnico da NSA Edward Snowden (REUTERS/Paulo Whitaker)

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Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2014 às 21h29.

Washington - O governo de Barack Obama se esforçará em 2014 para reparar sua relação com o Brasil, prejudicada por tensões em torno das revelações sobre os programas de espionagem dos Estados Unidos, assegurou nesta quarta-feira a jornalistas uma alta funcionária do Departamento de Estado.

"Achamos que este é o ano em que podemos retomar as relações com o Brasil", declarou a funcionária, que pediu anonimato.

Segundo a fonte, o ano que começa estará cheio de "grandes desafios" para o Brasil, que realizará eleições presidenciais e receberá a Copa do Mundo, além de trabalhar nos preparativos para os Jogos Olímpicos de 2016.

"Queremos ser aliados do Brasil em todas essas áreas e em outras, e acho que teremos a capacidade de fazê-lo em 2014", comentou.

A presidente Dilma Rousseff foi muito franca sobre sua indignação pelas revelações sobre espionagem divulgadas pelo ex-técnico da CIA, Edward Snowden, e chegou ao ponto de cancelar uma visita de Estado que faria a Washington no ano passado.

Perguntada se essa visita poderia ocorrer este ano, a funcionária disse que por enquanto não está ciente de conversas a respeito e que este será um ano "complicado" para o Brasil, devido principalmente às eleições.

"Acho que se (a visita) não acontecer em 2014, pode ser que não seja um sinal político, mas simplesmente que é um ano difícil para fazê-la", opinou.

A fonte lembrou que os Estados Unidos e o Brasil têm mais de 25 mecanismos de diálogo bilateral diferentes, mas alguns deles ficaram paralisados e "é necessário restaurá-los, e movimentá-los cada vez a um nível mais alto".

"O roteiro não é complicado, porque sabemos o que temos que fazer. A questão é quando os brasileiros vão sentir-se cômodos para fazê-lo, porque nosso desejo nunca foi desacelerar a relação", considerou.

A funcionária acrescentou que os Estados Unidos têm "todo tipo de sinais que os brasileiros também estão interessados em retomar esses diálogos".

A indignação sobre a espionagem levou Dilma a promover no ano passado um debate na ONU para que se estabeleçam normas globais que impeçam a espionagem através da internet, e a convocar uma conferência global para o próximo mês de março em São Paulo para debater o assunto.

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