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EUA querem mudança de conduta do Irã, diz conselheiro

O conselheiro de Segurança Nacional americano se reuniu com autoridades de Israel nesta semana para tratar das atividades nucleares do Irã

Irã: o primeiro-ministro israelense elogiou a decisão de Trump de abandonar o acordo nuclear de 2015 com o Irã (Morteza Nikoubazl/Reuters)

Irã: o primeiro-ministro israelense elogiou a decisão de Trump de abandonar o acordo nuclear de 2015 com o Irã (Morteza Nikoubazl/Reuters)

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AFP

Publicado em 22 de agosto de 2018 às 11h53.

O governo dos Estados Unidos busca uma mudança de conduta do Irã, não a queda de seu regime, afirmou nesta quarta-feira o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton, que também alertou que o país reagirá de modo "forte" se a Síria usar armas químicas na província de Idlib.

Bolton encerrou nesta quarta-feira três dias de reuniões com autoridades de Israel, durante as quais as atividades nucleares do Irã foram o tema predominante.

"Para ser claro, a política americana não busca uma mudança de regime no Irã, o que queremos é uma mudança radical de conduta da parte do regime", disse Bolton.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, elogiou a decisão do presidente americano Donald Trump de abandonar, apesar das críticas das outras grandes potências, o acordo nuclear de 2015 com o Irã.

Também elogiou a retomada das sanções contra a República Islâmica no início de agosto.

Em novembro, Washington pretende adotar novas medidas, que podem ter um forte impacto na já abalada economia iraniana porque terão como alvos os combustíveis do país produtor de petróleo.

O objetivo é "reduzir a zero" as exportações iraniana, ressaltou Bolton.

O assessor do presidente Donald Trump considera que os recentes protestos dos iranianos são uma prova da má gestão da economia iraniana durante muito tempo, que teria sido mais percebida sem o acordo nuclear internacional de 2015 que, para ele, "atenuou" os efeitos.

Depois que Washington se retirou do acordo e do retorno das sanções "vimos um efeito profundamente negativo no Irã, eu acredito que inclusive mais severo do que havíamos previsto", disse Bolton.

Também afirmou que as manifestações não foram organizadas e não eram parte de nenhum complô.

A designação de Bolton como conselheiro de Segurança Nacional no início do ano foi encarada por muitos como o reconhecimento aberto de uma estratégia que teria como objetivo final a queda do regime iraniano.

Mas o governo americano está disposto a alcançar um acordo com o regime iraniano, afirmou Bolton.

Porém, se Teerã não cumprir as exigências de Washington, o país exercerá "pressão máxima para deixar claro que nunca obterão armas nucleares operacionais", advertiu.

Bolton denunciou as atividades "beligerantes" do Irã em toda a região e sua presença na Síria, em apoio ao regime do presidente Bashar al-Assad.

O americano chamou de "ato de legítima defesa" os ataques israelenses contra comboios iranianos que transportam mísseis e armas para a Síria.

Na mesma entrevista, o funcionário da Casa Branca fez um alerta ao regime sírio contra o uso de armas químicas.

O governo americano espera que os ataques precedentes contra o regime sírio tenham efeito dissuasivo.

"Mas as coisas são claras: se o regime sírio utilizar armas químicas, vamos reagir de modo muito forte".

Depois de sete anos de guerra, o presidente sírio Bashar al-Assad deseja recuperar o controle da província de Idlib, no norte da Síria e perto da fronteira com a Turquia. Esta é a última grande região do país em poder dos rebeldes e extremistas.

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