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EUA querem combater corrupção na América Latina para reduzir imigração

Secretário considerou que corrupção "corrói as instituições e a confiança na democracia" e faz com que pessoas recorram à imigração em busca de vida melhor

Donald Trump: governo do presidente quer reduzir níveis de corrupção especialmente na região do Triângulo Norte, que compreende Guatemala, Honduras e El Salvador (Kevin Lamarque/Reuters)

Donald Trump: governo do presidente quer reduzir níveis de corrupção especialmente na região do Triângulo Norte, que compreende Guatemala, Honduras e El Salvador (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 11 de julho de 2018 às 17h20.

Washington - O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer reduzir os níveis de corrupção e crime na América Latina, especialmente na região do Triângulo Norte, que compreende Guatemala, Honduras e El Salvador, para diminuir o número de imigrantes que fogem desses países e entram ilegalmente em território americano.

O subsecretário adjunto do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Kenneth Merten, explicou que a estratégia "em longo prazo" do governo americano nessa região passa por combater as más práticas dos governantes dessas nações e os danos causados pelo crime organizado em Guatemala, Honduras e El Salvador.

"A nossa tática nessa região tem como foco trabalhar para prevenir a corrupção e fortalecer a capacidade das autoridades locais na luta contra o crime" para que seus moradores não tenham que fugir para os EUA, disse Merten em uma audiência do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes.

Merten considerou que a corrupção "corrói as instituições e a confiança na democracia" e faz com que as pessoas recorram à imigração em busca de uma vida melhor.

O subsecretário adjunto fez tais declarações depois que vários legisladores do comitê lhe lembraram, e também à diretora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês) para a América Latina, Sarah-Ann Lynch, sobre a importância de tratar dos problemas da região.

Durante a audiência, os membros da Câmara colocaram ênfase especial na crise humanitária da Venezuela, na violência na Nicarágua e no governo de Cuba.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores, o republicano Ed Royce, afirmou que os Estados Unidos "devem estar mais comprometidos do que nunca" com os países da América Latina.

"Muitas partes da região seguem lutando contra a violência, a corrupção e as organizações criminosas. Na medida em que a região enfrenta desafios e transições urgentes, os Estados Unidos devem estar mais comprometidos do que nunca", indicou Royce em seu discurso.

Sobre essa questão, Lynch garantiu que o Executivo de Trump está lidando com a instabilidade na Venezuela e na Nicarágua "enquanto enfrenta os desafios em longo prazo da corrupção e da influência das organizações criminosas transnacionais".

"Seguiremos trabalhando em programas de prosperidade, segurança e boa governança que encorajem as pessoas a construir sociedades melhores para suas famílias e comunidades de origem", indicou a responsável da USAID.

Somente no mês de junho, foram registradas 34.114 detenções na fronteira sul do país, o que representa um dado notavelmente menor que o de maio, quando foram detidas 40.338 pessoas, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS, na sigla em inglês).

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