Mundo

EUA quer ações legais se provar que Kadafi ordenou atentado

Hillary Clinton avisou que país tomará ações se uma nova investigação comprovar a participação de Kadafi em atentados da década de 1980

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deu a declaração no Congresso (Getty Images/Getty Images)

A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deu a declaração no Congresso (Getty Images/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2011 às 14h12.

Washington - A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse nesta quarta-feira perante o Congresso que o país tomará "qualquer ação legal" se o Departamento de Justiça comprovar que o presidente líbio, Muammar Kadafi, ordenou o atentado em Lockerbie em 1988.

"Estamos consultando o FBI e o Departamento de Justiça, que têm jurisdição neste assunto... para pedir que tomem qualquer ação para processar judicialmente Kadafi", disse Hillary durante uma audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

"Não acho que seja só Kadafi; pode haver outros implicados também no atentado contra o voo 103 de PanAm, que deixou 270 mortos", observou a secretária.

Hillary acrescentou que em uma audiência similar na terça-feira no Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes recebeu uma carta de dois familiares das vítimas do atentado, na qual delineiam as possíveis medidas que os Estados Unidos podem tomar, e que a remeteu ao FBI e ao Departamento de Justiça.

A secretária fez essas declarações em resposta a uma pergunta do senador democrata de Nova Jersey, Bob Menéndez. Várias das vítimas do atentado contra o avião de PanAm, que explodiu sobre Lockerbie (Escócia), eram estudantes da Universidade Syracuse nesse estado.

Durante a audiência o presidente do Comitê, o democrata John Kerry, reiterou sua chamada a que Kadafi abandone o poder e que se estabeleça uma "zona de exclusão aérea" na Líbia para frear "o massacre de inocentes nas ruas líbias".

Por sua parte, o republicano de maior categoria no comitê, Richard Lugar, assinalou que a situação na Líbia e todo Oriente Médio ressalta a importância de fomentar a segurança energética dos EUA e diminuir sua dependência do petróleo estrangeiro.

Dois navios de guerra americanos, o USS Kearsarge e o USS Ponce, atravessaram nesta quarta-feira o Canal de Suez rumo ao Mediterrâneo para situar-se próximo do litoral líbio a fim de ajudar em tarefas humanitárias e de evacuação de civis.

A audiência também coincidiu com o anúncio do Tribunal Penal Internacional em Haia que, com base em relatórios preliminares, abrirá uma investigação formal sobre possíveis crimes contra a humanidade na Líbia, após a repressão de manifestantes por ordens de Kadafi.

Hillary participou da segunda de quatro audiências nesta semana para defender o orçamento de US$ 47 bilhões para o Departamento de Estado para o ano fiscal 2012, que começa em outubro deste ano.

O orçamento, explicou Hillary, fornece assistência em temas de segurança para mais de 130 países, incluindo ajuda para a luta antidrogas no México.

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDiplomaciaEstados Unidos (EUA)LíbiaPaíses ricosTerrorismo

Mais de Mundo

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia

Irã manterá diálogos sobre seu programa nuclear com França, Alemanha e Reino Unido

Eleições na Romênia agitam país-chave para a Otan e a Ucrânia

Irã e Hezbollah: mísseis clonados alteram a dinâmica de poder regional