Mundo

EUA protestam após ordem da Rússia de reduzir diplomatas no país

A Rússia ordenou hoje que os EUA reduzam o número de diplomatas e colaboradores em sua embaixada em Moscou e nos consulados de outras cidades

John F. Tefft: o anúncio acontece um dia depois que o Congresso concluiu a votação de um projeto que endurece as sanções contra a Rússia (Win McNamee/Getty Images)

John F. Tefft: o anúncio acontece um dia depois que o Congresso concluiu a votação de um projeto que endurece as sanções contra a Rússia (Win McNamee/Getty Images)

E

EFE

Publicado em 28 de julho de 2017 às 14h40.

Última atualização em 28 de julho de 2017 às 14h40.

Washington - O embaixador dos Estados Unidos em Moscou, John F. Tefft, manifestou nesta sexta-feira sua "enorme decepção" e protestou contra a ordem do governo da Rússia que obriga Washington a reduzir o número de diplomatas americanos e a desocupar dois dos imóveis que utiliza no país.

"Recebemos a notificação do governo russo. O embaixador Tefft expressou sua forte decepção e protestou" ao governo russo, afirmou hoje à Agência Efe uma fonte do Departamento de Estado dos EUA, que pediu o anonimato.

Ao ser questionada se os Estados Unidos planejam cumprir com a ordem russa, a fonte disse que não pode fazer mais comentários por enquanto.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia ordenou hoje ao governo americano que, a partir de 1º de setembro, reduza o número de diplomatas e colaboradores que trabalham em sua embaixada em Moscou e nos consulados de São Petersburgo e de outras cidades, até o número atual de funcionários diplomáticos russos presentes nos EUA.

Isso significa reduzir a equipe diplomática, técnica e de apoio das missões dos Estados Unidos na Rússia para até 455 pessoas, segundo informou Moscou.

Além disso, o Ministério das Relações Exteriores russo anunciou que, a partir de 1º de agosto, a embaixada dos EUA não poderá utilizar os armazéns na capital russa, e tampouco a mansão que dispõe em Serebrianyi Bor, uma área de alto padrão em Moscou.

Essa última medida parece responder às sanções impostas em dezembro pelo então presidente Barack Obama, que privaram o governo russo do uso de duas mansões em Maryland e Nova York, que teriam supostamente sido utilizadas para espionagem.

O anúncio da Rússia acontece um dia depois que o Congresso americano concluiu o processo de votação de um projeto de lei que endurece as sanções contra a Rússia devido a suposta interferência do Kremlin nas eleições presidenciais americanas, suas ações na Ucrânia e na Síria, e suas violações dos direitos humanos.

A Casa Branca não deu ainda uma resposta definitiva sobre se o presidente americano Donald Trump sancionará o projeto de lei, mas o enorme apoio que o texto recebeu nas duas câmaras do Congresso significa que o Legislativo poderia invalidar um possível veto do presidente, e a lei entraria em vigor apesar de sua oposição.

O projeto de lei limitaria a capacidade de Trump de suspender as sanções sobre a Rússia sem a autorização do Congresso, algo que incomodou o Executivo, que pressionou durante semanas os legisladores para que respeitassem a flexibilidade do presidente em sua tentativa de melhorar as relações com Moscou.

O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, denunciou hoje que os Estados Unidos utilizam a política de sanções para "intimidar o mundo" e advertiu que Moscou não exclui nenhuma medida para "fazer frente aos desaforados russófobos que determinam a pauta no Capitólio".

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)RússiaDiplomacia

Mais de Mundo

Trump minimiza papel do Hamas e diz que trégua em Gaza funciona bem

Países podem usar lucro do petróleo para custear transição energética, diz Lula

EUA se prepara para 'caos aéreo' com redução do número de voos

Trump diz que anulação de tarifas pela Suprema Corte seria catastrófica