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EUA preveem "decisões difíceis" na Colômbia após referendo

Ao felicitar o governo e o povo da Colômbia pelo "processo democrático", o porta-voz disse que esse país "pode contar com o apoio contínuo dos EUA


	Acordo de paz: em seu discurso após a divulgação dos resultados do referendo, Santos indicou que "todos, sem exceção, querem a paz"
 (Kevin Lamarque / Reuters)

Acordo de paz: em seu discurso após a divulgação dos resultados do referendo, Santos indicou que "todos, sem exceção, querem a paz" (Kevin Lamarque / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2016 às 16h23.

Washington - O governo dos Estados Unidos afirmou nesta segunda-feira que será preciso tomar "decisões difíceis" na Colômbia nos próximos dias após o triunfo do "não" no referendo realizado no domingo nesse país sobre o acordo de paz com as Farc.

Em comunicado, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, John Kirby, destacou que tanto o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, como seu antecessor no cargo, Álvaro Uribe, e o líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Rodrigo Londoño, conhecido como "Timochenko", "manifestaram seu compromisso de conseguir a paz" após o referendo.

"Apoiamos a proposta do presidente Santos de unir esforços em apoio a um amplo diálogo como o passo seguinte para conseguir uma paz justa e duradoura", destacou Kirby.

Ao felicitar o governo e o povo da Colômbia pelo "processo democrático" realizado neste domingo, o porta-voz disse que esse país "pode contar com o apoio contínuo dos Estados Unidos enquanto seguir buscando a paz democrática e prosperidade para todos".

"Os colombianos expressaram seu compromisso de resolver suas diferenças através das instituições e do diálogo ao invés da violência", ressaltou Kirby.

O "não" ao acordo de paz assinado entre o governo de Santos e as Farc se impôs no referendo com 50,21% dos votos contra 49,78% do "sim", em uma jornada na qual a abstenção foi de 62,57%.

Em seu discurso após a divulgação dos resultados do referendo, Santos indicou que "todos, sem exceção, querem a paz", tanto os do "não" como os do "sim" ao acordo, razão pela qual lançou as bases para um diálogo nacional.

O ex-presidente Uribe, líder do partido opositor Centro Democrático, que liderou a campanha pelo "não" no referendo, não foi à reunião convocada hoje por Santos com os líderes dos partidos políticos do país para analisar o caminho a seguir após a derrota do "sim".

O presidente dos EUA, Barack Obama, apoiou as negociações de paz entre o governo colombiano e as Farc, e nomeou inclusive um enviado especial para acompanhar o processo, o diplomata Bernie Aronson.

O secretário de Estado de Obama, John Kerry, representou os EUA no ato de assinatura do acordo de paz que aconteceu na cidade colombiana de Cartagena das Índias há uma semana.

Depois de se reunir com ele no último dia 21 de setembro em Nova York, Santos comentou que Obama merecia "muito reconhecimento" pelo acordo de paz na Colômbia, já que o presidente americano foi "um grande apoio" desde o começo das negociações.

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