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EUA prenderam 1.437 pessoas por tráfico humano em 2015

As autoridades dos EUA detiveram 1.437 pessoas acusadas de tráfico humano no ano fiscal 2015 e identificaram 400 de suas vítimas


	Estados Unidos: números são similares aos do ano fiscal 2014
 (Getty Images)

Estados Unidos: números são similares aos do ano fiscal 2014 (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2016 às 18h14.

Washington - As autoridades dos Estados Unidos detiveram 1.437 pessoas acusadas de tráfico humano no ano fiscal 2015 e identificaram 400 de suas vítimas, a maioria submetidas a trabalho forçado ou exploração sexual.

Estes números são similares aos do ano fiscal 2014, no qual houve 987 investigações, 1.770 detenções e foram identificadas mais de 440 vítimas, segundo dados fornecidos à Agência Efe pelo Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE).

Este janeiro é o sexto desde sua proclamação pelo presidente Barack Obama como o Mês Nacional da Prevenção da Escravidão e do Tráfico Humano, por ocasião do qual o ICE intensifica suas campanhas de conscientização entre a população.

Desde 2010, o departamento de investigações de segurança nacional do ICE (HSI) deteve mais de 7.000 indivíduos por tráfico de pessoas.

Um dos casos destacados do ano fiscal 2015, que terminou no último dia 30 de setembro, foi a detenção de 29 pessoas em oito estados por traficar mais de 13 mulheres e meninas do México e da América Central para uma rede de prostíbulos do sudeste dos EUA.

Este é o caso com maior número de acusações formuladas, 41, de todas as investigações de tráfico humano que o HSI já realizou em sua história.

Um dos abusos comuns contra as vítimas do tráfico humano é a exploração doméstica. Esse foi o caso de um militar do Catar e sua mulher, que trouxeram duas empregadas ao Texas e as mantiveram em condições "primitivas" sob a ameaça da prisão.

O HSI conseguiu prender no último ano fiscal um de seus fugitivos mais procurados, Paulino Ramírez-Granados, que junto com sua família e uma rede de colaboradores se dedicava a seduzir mulheres jovens para forçá-las depois à prostituição no México, e levá-las mais tarde a Nova York para continuar os abusos.

Neste caso foram identificadas 26 vítimas e 19 traficantes.

"Nossos agentes especiais trabalham de maneira incansável para acabar com as redes de traficantes e para ajudar as vítimas, mas ainda resta muito a fazer", disse em comunicado a diretora do ICE, Sarah R. Saldaña.

"Os esforços das forças de segurança são cruciais, mas também é importante educar o público para que reconheça os sinais de possível tráfico humano", acrescentou.

O tráfico de pessoas é um dos crimes mais cruéis investigados pelo ICE, já que nos piores casos é similar a uma escravidão moderna.

As vítimas pagam para serem levadas ilegalmente aos Estados Unidos e uma vez ali são forçadas à prostituição, ao trabalho forçado e a outras formas de servidão para pagar as dívidas que contraíram em sua perigosa travessia.

Em alguns casos, as vítimas são simplesmente crianças que se encontram rodeadas de uma cultura e uma linguagem com as quais não estão familiarizadas, sem documentos de identificação e temendo por sua vida e as de seus familiares.

As vítimas, uma vez nos Estados Unidos, ficam na sombra, sem poder denunciar os abusos, e com medo.

Por isso o ICE mantém campanhas públicas nas quais pede aos cidadãos que procurem as autoridades se virem algum tipo de atividade suspeita a seu redor.

No mundo foram detectados pelo menos 510 fluxos de tráfico de pessoas, com vítimas de 152 nacionalidades identificadas em 124 países, segundo o mais recente relatório das Nações Unidas, que abrange o período 2010-2012.

Segundo os mesmos dados, 72% dos traficantes detidos são homens e 28% mulheres, enquanto 49% das vítimas são mulheres adultas e 33% crianças. 

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