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EUA precisam reconquistar confiança depois de NSA, diz Obama

Presidente disse que agências não estavam espionando cidadãos comuns, mas admitiu que levará tempo para reconquistar a confiança dos governos e do povo europeu


	Presidente Obama: "estou confiante de que todos em nossas agências de inteligência operam na melhor das intenções e não estão bisbilhotando a privacidade dos cidadãos comuns"
 (Francois Lenoir/Reuters)

Presidente Obama: "estou confiante de que todos em nossas agências de inteligência operam na melhor das intenções e não estão bisbilhotando a privacidade dos cidadãos comuns" (Francois Lenoir/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 18h43.

Haia - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira que as agências de inteligência norte-americanas não estavam espionando cidadãos comuns, mas admitiu que levará tempo para reconquistar a confiança dos governos e do povo europeu, após as revelações sobre a extensa vigilância empreendida pelo país.

Os documentos divulgados pelo ex-prestador de serviços de inteligência Edward Snowden sobre a varredura feita nas atividades de monitoramento da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) desencadearam um debate nacional sobre os direitos de privacidade, mas também prejudicaram as relações com alguns governos europeus.

Obama disse que um dos objetivos de sua viagem à Europa nesta semana era tranquilizar os aliados, informando-os de que estava agindo para atender às preocupações deles ao limitar o alcance da coleta de dados.

"Estou confiante de que todos em nossas agências de inteligência operam na melhor das intenções e não estão bisbilhotando a privacidade dos cidadãos comuns holandeses, alemães, franceses ou norte-americanos", disse Obama a jornalistas, após uma reunião de cúpula sobre segurança nuclear em Haia.

No entanto, Obama afirmou reconhecer que "por causa dessas revelações, há um processo em andamento pelo qual teremos que reconquistar a confiança, não só dos governos, mas, sobretudo, dos cidadãos comuns, e isso não vai acontecer da noite para o dia".

Quando Obama iniciou a viagem à Europa na segunda-feira, um alto funcionário do governo disse que ele planejava pedir ao Congresso que acabasse com o grosso da coleta e armazenamento de registros de ligações telefônicas pela NSA, mas permitisse ao governo acessar, quando necessário, os "metadados", que lista milhares de telefonemas feitos nos EUA.

O presidente norte-americano disse estar confiante de que a mudança "nos permite fazer o que é necessário para lidar com os perigos de um ataque terrorista, mas fazer isso de uma forma que atenda a algumas das preocupações que as pessoas têm levantado".

"Estou ansioso para trabalhar com o Congresso para garantir que sigamos em frente e aprovemos a legislação que permita, de forma rápida, continuar com a atividade da aplicação eficaz da lei", disse ele.

Controle

Obama afirmou que isso é "um exemplo de que nós lenta e sistematicamente estamos estabelecendo mais verificações, balanços, procedimentos legais. A boa notícia é que estou muito confiante que isso possa ser alcançado".

No ano passado, as informações publicadas no jornal britânico The Guardian de que os EUA haviam monitorado as conversas telefônicas de 35 líderes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, causaram indignação na Europa. A Alemanha convocou o então embaixador dos EUA pela primeira vez, pelo que se sabe.

Em resposta, Obama proibiu em janeiro a espionagem dos EUA sobre os líderes dos países amigos e aliados e começou a controlar o vasto banco de dados de telefonemas dos norte-americanos, procurando tranquilizar os cidadãos do país e os estrangeiros ao dizer que os EUA iriam levar mais em conta as preocupações com a privacidade.

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