Protestos em Bengazi, na Líbia: revolta popular é contra o líder Muammar Kadafi, que está há 41 anos no poder (John Moore/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 28 de fevereiro de 2011 às 21h11.
Washington - As Forças Armadas dos Estados Unidos estão posicionando navios e aviões militares perto da Líbia, afirmou um oficial do Pentágono na segunda-feira, no momento em que o governo do presidente Barack Obama intensifica a pressão para que o líder líbio, Muammar Gaddafi, deixe o poder.
Os navios poderão ser usados para missões humanitárias e de resgate, afirmou a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, em Genebra, onde ela disse ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que Gaddafi estava usando "mercenários e bandidos" para reprimir uma manifestação popular.
"Não há qualquer ação militar pendente envolvendo embarcações navais dos Estados Unidos", ela disse, depois que o Pentágono anunciou que estava posicionando navios de guerra e unidades da Força Aérea perto do litoral líbio.
"Nós estamos aproximando navios da Líbia em caso de necessidade", afirmou o coronel David Lapan, um porta-voz do Pentágono.
O coronel afirmou que aviões também estavam sendo reposicionados perto da Líbia, onde Gaddafi permanece irredutível diante da pressão do Ocidente e do seu próprio povo para acabar com seu regime de 41 anos.
O governo norte-americano afirmou que a ação militar é uma das opções que está considerando, embora muitos analistas dizem ser muito improvável que os Estados Unidos lancem uma invasão terrestre ou ataques aéreos por causa da situação volátil no país norte-africano.
O Pentágono não deu detalhes de quais forças estavam sendo mobilizadas, mas o anúncio deve ter o objetivo de enviar um sinal para Gaddafi e seu governo de que os Estados Unidos estavam agindo.
Não estava imediatamente claro quais navios a Marinha norte-americana têm no mar Mediterrâneo, mas o país possui dois porta-aviões estacionados mais a leste. A Sexta Frota dos Estados Unidos tem sua base perto de Nápoles, na Itália, no Mediterrâneo, em frente à Líbia.
Os Estados Unidos também estão conversando com aliados sobre criar uma zona de "restrição aérea" na Líbia, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.
Essa condição poderia impedir que Gaddafi usasse aviões de guerra ou helicópteros para atacar rebeldes que tomaram grandes áreas do país.
(Reportagem de Missy Ryan, Jeff Mason, Steve Holland, Glenn Somerville e Alister Bull, em Washington; de Andrew Quinn, em Genebra; e de Peter Apps, em Londres)